segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Surrealismo antes do Surrealismo. Parte II

Atalho para a primeira parte: http://ethosdaimon.blogspot.com/2008/07/o-surrealismo-antes-do-surrealismo.html


Zurique 1916. Daqui, emerge um sopro de irreverência e modernidade. Em uma Europa ainda imersa nas misérias da primeira guerra mundial, o poeta romeno Tristan Tzara - perplexo com a violência, o absurdo das vidas perdidas e outras barbaridades causadas pelo conflito - decide reacender a esperança através da arte. E propõe uma atitude radicalmente diferente. Ele e outros companheiros que freqüentam o Cabaré Voltaire - pintores, escultores, músicos, escritores, cantores - trocam idéias e criam um movimento transgressor das regras vigentes que, convenhamos, não estavam mais dando lá muito certo. Nada de velharias, dessa vez, Uma nova expressão, escolhida ao acaso nomeia o movimento que atinge a Europa em cheio e vai, em futuro próximo, cruzar o Atlântico e encantar o fotógrafo Man Ray - O Dadaísmo. Tudo indica que foi mesmo Tristan Tzara que cunhou o termo "dada" ao folhear um dicionário Larousse à procura de palavra sonora que pudesse ser dita em qualquer idioma. Dada - que sacudiu a cena artística entre 1916 e 1924 - em romeno, significa Sim, Sim e em francês, cavalo de pau.


Evoluiu para o Surrealismo, liderado por André Breton (1896-1966), poeta e crítico literário que marcou a "Diáspora" com o Manifesto Surrealista de 1924. O surrealismo, considerado manifestação popular da arte produzida por homossexuais, teve em Breton uma voz crítica demais, talvez para tentar pontuar sua masculinidade. Os dois movimentos - dada e surrealismo - escolheram temas de natureza fluída, mas densa,e realmente dificultam as interpretações de homoerotismo ou homossociabilidade.

Tristan Tzara foi a pedra angular do dadaísmo. Nasceu como Samuel Rosenstock (1896-1963), na Romênia, de família burguesa e privilegiada. O pai fazia prospecção de petróleo. Começou a vida literária aos 16 anos. A partir de 1913, o jovem artista muda o pseudônimo para Tristan Tzara: Tristan, da opera de Wagner e Tzara significa "terra" em romeno. Outra explicação para o pseudônimo é, em tradução livre, "Triste Terra", forma de protestar contra o tratamento dado aos judeus na Romênia. Em 1915, Tristan Tzara viaja para Zurique ao encontro de seu amigo íntimo Marcel Janco e para estudar filosofia. Mas logo se aborrece com as elocubrações e a preguiça estudantil se instala. Numa noitada, conhece Hugo Ball e, juntos, imaginam a criação do Cabaré Voltaire, um "centro de divertimentos artísticos". O sucesso é imediato com declamação de poesias, danças e música africana. O Cabaré é um palco para a renovação da arte: o panorama tradicional é descartado em benefício das transgressões artísticas. Vai nascendo o Dadaísmo e Tzara já aparece como a eminência parda do movimento.

É o triunfo da abstração. O alegre grupo procura "a alquimia mais íntima da palavra e mais além para preservar o domínio mais sagrado da poesia". O alemão Rudolph Huelsenbeck, que conhecera o dadaísmo ainda no nascedouro, declarou que Tzara era "um bárbaro do mais alto nível mental e um gênio sem escrúpulos". Mas seu empreendedorismo se revelou na programação do Cabaré Voltaire, na criação da revista do mesmo nome e na publicação do Manifesto.

Berlim 1918. É chegada a hora de oficializar o movimento que cresce mais do que as noitadas do Cabaré Voltaire poderiam entender. O grupo original está completo: pintura, colagem, fotografia e poesia e, daqui por diante, misturam-se as artes para dar originalidade ao projeto. Poemas se transformam em colagem de palavras, as palavras se fazem sonoras pela pesquisa da musicalidade e a musicalidade atravessa os sentidos. Nos poemas, a alegria do grupo deseja "reencontrar a alquimia mais íntima da palavra e superá-la para preservar a poesia em seu domínio mais sagrado". Julho de 1918 é a data oficial do Manifesto, um texto marcado pela irreverência contida no dadaísmo, verdadeiro "grito de vida, de harmonia e ilusão da juventude". Eis um pequeno extrato:

"Fé absoluta indiscutível em cada deus produto imediato da espontaneidade DADA salta elegante e sem perdas de uma harmonia a outra esfera(…) Liberdade: DADA DADA DADA gritos de dor crispante, entrelaçamento dos contrários, dos grotescos, dos inconseqüentes: A VIDA (…)

O
Manifesto conduz DADA à internacionalização. Picabia se junta ao grupo em Zurique e André Breton os acolhe em Paris.

Em 1920, Dada se torna um produto de exportação. As obras de Marcel Duchamp (autor do famoso urinol ou Fonte, de 1917. nesse exato momento sendo exibido no MAM-SP), da Gioconda L.HO.O.Q e da Roda de Bicicleta "desestabilizam o establishment", com seus ready mades :simplesmente objetos do dia a dia que se tornam obras de arte. A justificativa de Duchamp é que um objeto comum escolhido pelo artista, tendo sido repensado, passa a ter sua função artística. Os Estados Unidos se juntam ao DADA nas pessoas de Man Ray (fotógrafo e cineasta) e Picabia, que pinta Rros Sélavy (Eros, c'est la vie) o alter-ego feminino de Duchamp. Em Paris, Eluard, Breton, Aragon e muitos outros se deixam seduzir por DADA, ainda que com a ajuda do absinto e do ópio para que a escrita se transforme em transe. A França, indignada, se levanta, protesta e condena: Maurice Barrès, (da extrema direita na época) se junta a Charles Maurras, ambos membros da Action Française. O réu é o dadaísmo, acusado de "atentado à segurança do espírito". Compreensível, levando-se em conta as cabeças da idade da pedra.

Abaixo, dois "agravantes" que poderiam se juntar ao processo:

1- Na Feira/ Missa Internacional Dada de 1920 os dadaístas berlinenses estão com total domínio nas colagens, fotomontagens e instalação e exibem nos cartazes ilustrados por um sub-oficial alemão-prussiano com cara de porco as frases: "DADA está ao lado do proletário revolucionário", "Abaixo a moral burguesa", "DADA é política", "Diletantes, revoltem-se contra a arte, abaixo a arte!".

- Na Rússia Maïakovski e Khlebnikov desejam criar novo vocabulário, o Zaoum "poesia transmental, com a linguagem liberada e sem entraves".

Todos os textos referentes ao dadaísmo estão conservados na Bibliothèque Jacques Doucet (amigo de Duchamp e Picabia) na Place du Panthéon 8/10 75005, Paris. Os princípios anárquicos do Dadaismo foram se ajustando e geraram novo surrealismo em 1924, mas o fim do movimento como atividade grupal aconteceu por volta de 1921. As correntes artísticas contemporâneas se adaptam perfeitamente ao espírito DADA.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mudanças na Lei Rouanet - Ministro Juca Ferreira

Lei Rouanet sofre mudanças

Portaria publicada na sexta (5) deve desburocratizar apoio à cultura.

Da Redação

Brasília - O ministro da Cultura, Juca Ferreira, publicou nesta sexta-feira, 5, no Diário Oficial da União as primeiras modificações na Lei Rouanet, uma lei federal que incentiva a cultura no Brasil. Seis itens alteram procedimentos de apresentação de projetos para apoio a cultura.

A portaria 54 revoga a atual que dita regras para a entrada de projetos na Lei Rouanet e tem o intuito de permitir uma maior agilidade nos trâmites do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac). O ministro disse que as mudanças vão beneficiar todos os produtores e que, quando era secretário executivo do ministério, batia-se todo dia no seu gabinete com queixas relativas à extrema burocratização da legislação.

"As mudanças são para ter efeito imediato na superação de dificuldades que foram criadas para os produtores, mas não são nem de longe o que a gente vai fazer com a lei", disse Ferreira. "Se fosse refeição, isso seria um aperitivo. Estamos limpando a área para a grande mudança, que vai tornar a legislação mais efetiva e sem os vícios atuais."

Novas regras

Pelas mudanças implantadas pela nova portaria, não será mais exigido documento de cessão de direitos autorais em propostas que envolvam a utilização de acervos, obras ou imagens de terceiros (apenas uma carta de anuência de proprietário ou detentor de direitos). Também não será exigido um termo de anuência de todos os artistas envolvidos no projeto, mas apenas as fichas técnicas do espetáculo e curriculum do diretor e dos profissionais envolvidos.

Outra novidade: não serão exigidos termos de anuências dos locais dos eventos propostos (isso só será preciso quando os locais forem espaços públicos). Outro esforço de desburocratização é a extinção da necessidade de tradução oficial juramentada de artistas ou grupos estrangeiros (basta que os documentos sejam traduzidos).

Não será mais necessária a apresentação de três orçamentos para aluguel de espaços onde ocorrerão espetáculos, e não se pedirá mais termo de anuência dos grupos e instituições beneficiados pelo artigo 44 (que determina que 10% dos produtos culturais gerados pelos benefícios da lei sejam distribuídos de graça a pessoas que têm pouco acesso à cultura).

Nesse último caso, bastará a identificação do público a ser beneficiado. Antes, eram necessárias procurações públicas do proponente quando no caso da transferência de poder a terceiros; agora, bastam procurações particulares.

Segundo o ministro, a cessão de direitos autorais demanda tempo e implica em custos. "Então, não faz sentido cobrarmos esse documento (de cessão autoral) no protocolo de projetos, mas somente depois, já durante a sua execução." As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

LEI DE INCENTIVO À CULTURA - GOVERNO FEDERAL - Lei Rouanet


Muitas pessoas me perguntam sobre, resolvi colocar um pequeno resumo do que é a Lei de incentivo à cultura. A Lei 8313 de 23 de dezembro de 1991 -Lei Rouanet, é a lei que instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, cuja finalidade é captar e canalizar recursos para projetos culturais.
http://www.cultura.gov.br/


Através da lei a empresa que patrocinar um projeto cultural pode abater até 4% (quatro por cento) do IR em lucro real a pagar.


O mecanismo é simples:

1. O produtor fornece uma cópia do projeto para a empresa, juntamente com a cópia do Diário Oficial da União, onde consta o valor aprovado, o nome do projeto, número do Pronac e prazo de captação.

2. O patrocinador deposita o valor do incentivo numa conta corrente especial para o projeto, aberta pelo produtor cultural.

3. O produtor cultural fornece o recibo padrão do MINC (Ministério da Cultura).

Assim, a empresa abate o total do incentivo dado ao projeto e realiza marketing cultural com parte do seu imposto.

Grandes empresas como Petrobrás, Votorantin, Bradesco, O Boticário, HSBC, e outras, utilizam esse mecanismo de aproximação com a sociedade, apoiando projetos culturais.

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Lei Federal de Incentivo à Cultura

Concebida em 1991 para incentivar investimentos culturais, a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91), ou Lei Rouanet, como também é conhecida, poder ser usada por empresas e pessoas físicas que desejam financiar projetos culturais.

Ela institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que é formado por três mecanismos: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Mecenato, e o Fundo de Investimento Cultural e Artístico (Ficart).

O FNC destina recursos a projetos culturais por meio de empréstimos reembolsáveis ou cessão a fundo perdido e o Ficart possibilita a criação de fundos de investimentos culturais e artísticos (mecanismo inativo).

O Mecenato viabiliza benefícios fiscais para investidores que apoiam projetos culturais sob forma de doação ou patrocínio. Empresas e pessoas físicas podem utilizar a isenção em até 100% do valor no Imposto de Renda e investir em projetos culturais. Além da isenção fiscal, elas investem também em sua imagem institucional e em sua marca.

A lei possibilita também a concessão de passagens para apresentação de trabalhos de natureza cultural, a serem realizados no Brasil ou no exterior.


Finalidades do Programa Nacional de Incentivo à Cultura:

  • facilitar à população o acesso às fontes da cultura;
  • estimular a produção e difusão cultural e artística regional;
  • apoiar os criadores e suas obras;
  • proteger as diferentes expressões culturais da sociedade brasileira;
  • proteger os modos de criar, fazer e viver da sociedade brasileira;
  • preservar o patrimônio cultural e histórico brasileiro;
  • desenvolver a consciência e o respeito aos valores culturais nacionais e internacionais;
  • estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal;
  • dar prioridade ao produto cultural brasileiro.

Áreas e segmentos que podem se beneficiar

  • teatro, dança, ópera, circo, mímica e congêneres;
  • produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e congêneres;
  • literatura, inclusive obras de referência;
  • música;
  • artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras congêneres;
  • folclore e artesanato;
  • patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico, bibliotecas, museus,
  • arquivos e demais acervos;
  • humanidades; e
  • rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial.

Decreto nº 5.761


Regulamenta a Lei n° 8.313, de 23 de dezembro de 1991, que estabelece a sistemática de execução do Programa Nacional de Apoio a Cultura - PRONAC, e dá outras providências.

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João Paulo Mesquita Rolim
http://ethosdaimon.blogspot.com/

Lei de Incentivo ao Esporte - 11.438

A Lei de Incentivo ao Esporte (11.438), sancionada em dezembro de 2006, permite que patrocínios e doações para a realização de projetos desportivos e paradesportivos sejam descontados do Imposto de Renda devido por pessoas físicas e jurídicas.

Entende-se por projeto desportivo o conjunto de ações organizadas e sistematizadas por entidades de natureza esportiva, destinado à implementação, à prática, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do desporto, atendendo a pelo menos uma das manifestações desportivas previstas no art. 4º do Decreto de Regulamentação (6.180/2007).

De acordo com o Decreto, pessoas físicas podem descontar até 6% do Imposto de Renda devido, e pessoas jurídicas, até 1%.

Os projetos serão apresentados pelas entidades interessadas à Comissão Técnica que fará a avaliação dos mesmos. A comissão tem como presidente o diretor de programa do Ministério do Esporte Alcino Reis Rocha e reúne também os assessores do Ministério do Esporte Maristela Gonçalves e João Ghizoni e os representantes indicados pelo Conselho Nacional do Esporte Alberto Saraiva, Humberto Panzetti e Ataíde Gil Guerreiro.

O primeiro passo para a apresentação dos projetos será o cadastramento.

LEI DE INCENTIVO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - LEI MENDONÇA


LEI DE INCENTIVO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - LEI MENDONÇA


Conheça a lei que regulamenta os incentivos fiscais para projetos culturais

LEI N° 10.923 DE 30 DE DEZEMBRO DE 1990.

Dispõe sobre incentivo fiscal para a realização de projetos culturais, no âmbito do Município de São Paulo.

LUIZA ERUNDINA DE SOUSA, Prefeita do Município de São Paulo, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 28 de dezembro de 1990, decretou e eu promulgo a seguinte lei:

Art. 1° - Fica instituído, no âmbito do Município de São Paulo, incentivo fiscal para a realização de projetos culturais, a ser concedido a pessoa física ou jurídica domiciliada no Município. 1° - O incentivo fiscal referido no "caput " deste artigo corresponderá ao recebimento, por parte do empreendedor de qualquer projeto cultural no Município, seja através de doação, patrocínio ou investimento, de certificados expedidos pelo Poder Público, correspondentes ao valor do incentivo autorizado pelo Executivo. 2° - Os portadores dos certificados poderão utilizá-los para pagamento dos impostos sobre serviços de qualquer natureza - ISS e sobre a propriedade predial e territorial urbana _ IPTU, até o limite de 20% (vinte por cento) do valor devido a cada incidência dos tributos. 3° - Para o pagamento referido no parágrafo anterior, o valor de face dos certificados sofrerá desconto de 30% (trinta por cento). 4° - A Câmara Municipal de São Paulo fixará anualmente, o valor que deverá ser usado como incentivo cultural, que não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) nem superior a 5% (cinco por cento) da receita proveniente do ISS e do IPTU. 5° - Para o exercício de 1991, fica estipulada a quantia equivalente a 5% (cinco por cento) da receita proveniente do ISS e do IPTU, excluindo-se o valor destinado ao FUNTRAN.

Art. 2° - São abrangidas por esta lei as seguintes áreas: I - música e dança II - teatro e circo III - cinema, fotografia e vídeo IV - literatura V - artes plásticas, artes gráficas e filatelia VI - folclore e artesanato VII - acervo e patrimônio histórico e cultural, museus e centros culturais.

Art. 3° - Fica autorizada a criação, junto à Secretaria Municipal de Cultura, de uma Comissão, independente e autônoma, formada maioritariamente por representantes do setor cultural a serem enumerados pelo Decreto regulamentador da presente lei e por técnicos da administração municipal que ficará incumbida da averiguação e da avaliação dos projetos culturais apresentados. 1° - Os componentes da Comissão deverão ser pessoas de comprovada idoneidade e de reconhecida notoriedade na área cultural. 2° - Aos membros da Comissão, que deverão ter um mandato de 1 (um) ano, podendo ser reconduzidos, não será permitida a apresentação de projetos durante o período de mandato, prevalecendo esta vedação até 2 (dois) anos após o término do mesmo. 3° - A Comissão terá por finalidade analisar exclusivamente o aspecto orçamentário do projeto, sendo-lhe vedado se manifestar sobre o mérito do mesmo. 4° - Terão prioridade os projetos apresentados que já contenham a intenção de contribuintes incentivadores de participarem do mesmo. 5° - O Executivo deverá fixar o limite máximo de incentivo a ser concedido por projeto, individualmente. 6° - Uma parcela dos recursos a serem destinados ao incentivo deverá ser destinada para a aquisição de ingressos.

Art. 4° - Para a obtenção do incentivo referido no artigo Art. 1°, deverá o empreendedor apresentar à Comissão cópia do projeto cultural, explicando os objetivos e recursos financeiros e humanos envolvidos, para fins de fixação do valor do incentivo e fiscalização posterior.

Art. 5° - Aprovado o projeto o Executivo providenciará a emissão dos respectivos certificados para a obtenção do incentivo fiscal.

Art. 6° - Os certificados referidos no artigo 1° terão prazo de validade, para sua utilização, de 2 (dois) anos, a contar de sua expedição, corrigidos mensalmente pelos mesmos índices aplicáveis na correção do imposto.

Art. 7° - Além das sanções penais cabíveis, será multado em 10 (dez) vezes o valor incentivado o empreendedor que não comprovar a correta aplicação desta lei, por dolo, desvio do objetivo e/ou dos recursos.

Art. 8° - As entidades de classe representativas dos diversos segmentos da cultura poderão ter acesso, em todos os níveis, a toda documentação referentes aos projetos culturais beneficiados por esta lei.

Art. 9° - As obras resultantes dos projetos culturais beneficiados por esta lei, serão apresentadas, prioritariamente, no âmbito territorial do Município, devendo constar a divulgação do apoio institucional da Prefeitura do Município de São Paulo.

Art. 10° - Fica autorizada a criação, junto à Secretaria Municipal de Cultura, do Fundo Especial de Promoção das Atividades Culturais - FEPAC.

Art. 11° - Constituirão receitas do FEPAC, além das provenientes de dotações orçamentárias e de incentivos fiscais, os preços de cessão dos Corpos Estáveis, teatros e espaços culturais municipais, suas rendas de bilheteria, quando não revertidas a título de cachês, a direitos autorais e à venda de livros ou outras publicações e trabalhos gráficos editados ou co-editados pela Secretaria Municipal de Cultura, aos patrocínios recebidos à participação na produção de filmes e vídeos, à arrecadação de preços públicos originados na prestação de serviços pela Secretaria e de multas aplicadas em conseqüência de danos praticados a bens artísticos e culturais e a bens imóveis de valor histórico, quando não seja receita do CONPRESP, o rendimento proveniente da aplicação de seus recursos disponíveis, além de outras rendas eventuais.

Art. 12° - Caberá ao Executivo a regulamentação da presente lei no prazo de 90 (noventa) dias a contar de sua vigência.

Art. 13° - Esta lei entrará em vigor na data sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Surrealismo antes do Surrealismo.

Antes de Breton apelidar, brincar, sonhar, poetizar, filosofar, surrealizar, haxixe usar entre outras coisas mais.



Um estudo começando com a visão de Walter Benjamin por João Paulo Mesquita Rolim. Terminando com Freud.


Antes mesmo de André Breton adotar a palavra Surrealismo para descrever a prática literária e artística que ele e seus amigos seguiam, não tenha passado de apenas uma quebra
do gelo tediante da Europa pós-guerra e uma tentativa de resgate da decadência francesa. Existem ainda hoje pseudo-sábios - conforme descreve Benjamin em sua obra “Der Surrealismus”, em Ueber Literatur, Frankfurt am Main, 1969, Suhrkamp Verlag.- que nada sabem expressar. O que nasceu no tocante de 1919 na França e faziam parte alguns literatos, tais como o próprio André Breton, Louis Aragon, Philippe Soupault, Robert Desnos, Paul Eluard, entre outros, o Surrealismo já era uma forma expressiva de arte como poesia, pintura, prosa, escultura, fotografia, cinema, e outro etc e tal, Breton e seus colegas afirmam que Jean-Nicolas Arthur
Rimbaud sendo lícito acreditar em suas palavras, quando afirmam que Saison em Enfer já não lhes apresentava qualquer mistério quanto ao movimento surrealista. Rimbaud anotou na margem de seu livro: “na seda dos mares e das flores árticas” – “Não existem” (“Elles n’existent pas”).

Em 1924 ainda não era previsível o desenvolvimento do movimento surrealista, onde Aragon demonstrou em Vague de Rêves em que substância descorada e díspar repousava o cerne dialético, mais tarde desdobrando no surrealismo, conforme descreve Benjamin.

Tratamos aqui da rebelião apaixonada e amargurada contra o catolicismo, no curso da qual o surrealismo foi criado por Rimbaud, Lautréamont, Paul Verlaine e Apollinaire. Podemos ver uma forte evidencia e não podemos comparar, mais é bem evidente o surrealismo nos escritos de Aragon Paysan de Paris com Nadja de Breton, ambos revelam uma deficiência no próprio movimento surrealista, na inspiração profana, afastando-se daquilo que era para ser. As experiências aqui apresentadas não se restringem de forma alguma a sonhos, a horas de haxixe ou de fumo opiático - Benjamin - Pois engano corrente e enorme é supor que das “experiências surrealistas” apenas conhecemos os êxtases de religião ou de drogas. Ópio para o povo, foi assim que Lenine denominou a religião. Reside aqui neste texto uma revelação profana, numa inspiração materialista, antropológica, para a qual o haxixer, o ópio e outras coisas mais podem constituir o estágio preparatório. Esta inspiração nem sempre se deparou com o surrealismo.



Um caso típico é o livro escrito por Rimbaud Iluminações Uma Cerveja no Inferno (tradução de Mário Cesariny de Vasconcelos nascido em Lisboa no dia 9 de agosto de 1923 e falecido no dia 26 de novembro de 2006 em Lisboa. Pintor e poeta, considerado o principal representante do surrealismo lusitano) é um dos casos especiais em que à poesia caminha por muitos lugares de alto grau da escrita. “A voz já se ouve atravessando o deserto e a floresta para além da Abissínia”. Na Primavera e Verão de 1871 Rimbaud atravessa um período de desilusão com a vida e de revolta contra a religião, a moral e a disciplina, o que refletiu muito na sua poesia. Depois de ter enviado a seu grande amigo Paul Marie Verlaine alguns poemas, Rimbaud parte para Paris e passa três meses na casa do casal Verlaine. Os dois poetas envolvem-se numa relação homossexual que escandalizou a sociedade e determinou o fim do casamento de Verlaine. No período entre 1876 e 1879 Rimbaud viajou pela Europa e Norte da África, acabando por se instalar na Abissínia, onde se torna amigo do governador de Harar. Durante a sua ausência, o poeta se tornou famoso na França, graças à publicação dos seus poemas em prosa por Verlaine, que também escreveu sobre Rimbaud em Les Poètes Maudits de 1884.



Rimbaud costumava falar e certo dia escreveu: "Eu amava as pinturas idiotas em cima das portas, cenários, lonas de saltimbancos, insígnias, iluminuras populares, literatura fora de moda, latim de igreja, livros eróticos com ortografia errada, romances de nossas avós, contos de fadas, livrinhos infantis, óperas velhas, refrões imbecis, ritmos ingênuos" Isso é puro aforismo ao que Breton virá a chamar de Surrealismo.




Após todo entendimento do surrealismo e de Rimbaud, passamos para o entendimento das suas origens que devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico ou Népo como o chamavam. De Chirico nasceu na Grécia, cidade de Vólos no ano de 1888 e morreu em Roma, Itália em 1978. Fez parte do chamado movimento metafísico da arte dando origem ao surrealismo. Participou da primeira exposição surrealista organizada por André Breton em Paris no ano de 1925. A pintura metafísica de De Chirico antecipa elementos que depois aparecem na pintura surrealista: padrões arquitetónicos, grandes espaços nus, manequins anónimos e ambientes oníricos. Os surrealistas herdam diretamente atitudes destrutivas e niilistas. O que o próprio De Chirico qualifica de “pintura metafísica” corresponde à necessidade de sonho, de mistério e de erotismo próprias do que subtrai a arte surrealista. No Brasil temos Pilade Francesco Hugo Adami – Hugo Adami 1899 -1999 – que foi amigo de De Chirico e influenciou muitos artistas brasileiros com a arte metafisica, incluindo Tarsila do Amaral (1886-1973), Di Cavalcanti (1897-1976), Candido Portinari (1903-1962) e Milton Dacosta (1915-1988). Posteriormente na fase metafísica Iberê Camargo (1914-1994) que foi aluno do próprio De Chirico.


Teoricamente o surrealismo teve mesmo a influencia psicanalistica de Sigmund Freud em seus estudos. De acordo com Freud, “O homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e as informações do inconsciente”. O pai da psicanálise, não segue os valores sociais da burguesia como o status, a família e a pátria.

Tendo isso como base, André Breton iniciou o seu Manifesto do Surrealimo. Breton como muitos sabem era poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês.Eu ia terminar com o Manifesto do Surrealimo do Breton, mais achei que estava ficando muito longo esse texto, sendo assim, o que podemos dizer: O Surrealismo nasceu de várias vertentes da arte vanguardista de outrora, da psicanálise, da metafísica, do romantismo e etc.



Trecho do “Manifesto do Surrealismo” (André Breton - 1924).


Tamanha é a crença na vida, no que a vida tem de mais precário, bem entendido, a vida real, que afinal esta crença se perde. O homem, esse sonhador definitivo, cada dia mais desgostoso com seu destino, a custo repara nos objetos de seu uso habitual, e que lhe vieram por sua displicência, ou quase sempre por seu esforço, pois ele aceitou trabalhar, ou pelo menos, não lhe repugnou tomar sua decisão ( o que ele chama decisão! ) . Bem modesto é agora o seu quinhão: sabe as mulheres que possuiu, as ridículas aventuras em que se meteu; sua riqueza ou sua pobreza para ele não valem nada, quanto a isso, continua recém-nascido, e quanto à aprovação de sua consciência moral, admito que lhe é indiferente. SE conservar alguma lucidez, não poderá senão recordar-se de sua infância, que lhe parecerá repleta de encantos, por mais massacrada que tenha sido com o desvelo dos ensinantes. Aí, a ausência de qualquer rigorismo conhecido lhe dá a perspectiva de levar diversas vidas ao mesmo tempo; ele se agarra a essa ilusão; só quer conhecer a facilidade momentânea, extrema, de todas as coisas. Todas as manhãs, crianças saem de casa sem inquietação. Está tudo perto, as piores condições materiais são excelentes. Os bosques são claros ou escuros, nunca se vai dormir.Mas é verdade que não se pode ir tão longe, não é uma questão de distância apenas. Acumulam-se as ameaças, desiste-se, abandona-se uma parte da posição a conquistar. Esta imaginação que não admitia limites, agora só se lhe permite atuar segundo as leis de uma utilidade arbitrária; ela é incapaz de assumir por muito tempo esse papel inferior, e quando chega ao vigésimo ano prefere, em geral, abandonar o homem ao seu destino sem luz.

Procure ele mais tarde, daqui e dali, refazer-se por sentir que pouco a pouco lhe faltam razões para viver, incapaz como ficou de enfrentar uma situação excepcional, como seja o amor, ele muito dificilmente o conseguirá. É que ele doravante pertence, de corpo e alma, a uma necessidade prática imperativa, que não permite ser desconsiderada. Faltará amplidão a seus gostos, envergadura a suas idéias. De tudo que lhe acontece e pode lhe acontecer, ele só vai reter o que for ligação deste evento com uma porção de eventos parecidos, nos quais não toma parte, eventos perdidos. Que digo, ele fará sua avaliação em relação a um desses acontecimentos, menos aflitivo que os outros, em suas conseqüências. Ele não descobrirá aí, sob pretexto algum, sua salvação.

Imaginação querida, o que sobretudo amo em ti é não perdoares.Só o que me exalta ainda é a única palavra, liberdade. Eu a considero apropriada para manter, indefinidamente, o velho fanatismo humano. Atende, sem dúvida, à minha única aspiração legítima. Entre tantos infortúnios por nós herdados, deve-se admitir que a maior liberdade de espírito nos foi concedida. Devemos cuidar de não fazer mau uso dela. Reduzir a imaginação à servidão, fosse mesmo o caso de ganhar o que vulgarmente se chama a felicidade, é rejeitar o que haja, no fundo de si, de suprema justiça. Só a imaginação me dá contas do que pode ser, e é bastante para suspender por um instante a interdição terrível; é bastante também para que eu me entregue a ela, sem receio de me enganar ( como se fosse possível enganar-se mais ainda ). Onde começa ela a ficar nociva, e onde se detém a confiança do espírito? Para o espírito, a possibilidade de errar não é, antes, a contingência do bem?

Fica a loucura. “a loucura que é encarcerada”, como já se disse bem. Essa ou a outra.. Todos sabem, com efeito, que os loucos não devem sua internação senão a um reduzido número de atos legalmente repreensíveis, e que, não houvesse estes atos, sua liberdade ( o que se vê de sua liberdade ) não poderia ser ameaçada. Que eles sejam, numa certa medida, vítimas de sua imaginação, concordo com isso, no sentido de que ela os impele à inobservância de certas regras, fora das quais o gênero se sente visado, o que cada um é pago para saber. Mas a profunda indiferença de que dão provas em relação às críticas que lhe fazemos, até mesmo quanto aos castigos que lhes são impostos, permite supor que eles colhem grande reconforto em sua imaginação e apreciam seu delírio o bastante para suportar que só para eles seja válido. E, de fato, alucinações, ilusões, etc. são fonte de gozo nada desprezível. A mais bem ordenada sensualidade encontra aí sua parte, e eu sei que passaria muitas noites a amansar essa mão bonita nas últimas páginas do livro. A Inteligência de Taine, se dedica a singulares malefícios. As confidências dos loucos, passaria minha vida a provoca-las. São pessoas de escrupulosa honestidade, cuja inocência só tem a minha como igual. Foi preciso Colombo partir com loucos para descobrir a América. E vejam como essa loucura cresceu, e durou.

Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio-pau a bandeira da imaginação.O processo da atitude realista deve ser instruído, após o processo da atitude materialista. Esta, aliás, mais poética que a precedente, implica da parte do homem um orgulho sem dúvida monstruoso, mas não uma nova e mais completa deposição. Convém nela ver, antes de tudo, uma feliz reação contra algumas tendências derrisórias do espiritualismo. Enfim, ela não é incompatível com uma certa elevação de pensamento.

Ao contrário, a atitude realista, inspirada no positivismo, de São Tomás a Anatole France, parece-me hostil a todo impulso de liberação intelectual e moral. Tenho-lhe horror, por ser feita de mediocridade, ódio e insípida presunção. É ela a geradora hoje em dia desses livros ridículos, dessas peças insultuosas. Fortifica-se incessantemente nos jornais , e põe em xeque a ciência, a arte, ao aplicar-se em bajular a opinião nos seus critérios mais baixos; a clareza vizinha da tolice, a vida dos cães. Ressente-se com isso a atividade dos melhores espíritos; a lei do menor esforço afinal se impõe a eles como aos outros. Conseqüência divertida deste estado de coisas, em literatura, é a abundância dos romances. Cada um contribui com sua pequena “observação”. Por necessidade de depuração o sr. Paul Valéry propunha recentemente fazer antologia do maior número possível de começos de romances cuja insensatez ele muito esperava. Os mais famosos autores seriam chamados a participar. Tal idéia dignificava também Paul Valéry, que, não há muito, a propósito dos romances, me garantia que, ele, sempre se recusaria a escrever: “A marquesa saiu às cinco horas.” Mas cumpriu ele a sua palavra?
Se o escrito de informação pura e simples de que a frase precipitada é exemplo, tem emprego corrente nos romances certamente é por não ir longe a ambição dos autores. O caráter circunstancial, inutilmente particular, de cada notação sua, me faz pensar que estão se divertindo, eles, à minha custa. Não me poupam nenhuma hesitação do personagem: será louro, como se chama, vamos sair juntos no verão? Outras tantas perguntas resolvidas decisivamente, ao acaso; só me restou o poder discricionário de fechar o livro, o que não deixo de fazer, ainda perto da primeira página. E as descrições! Nada se compara ao seu vazio; são superposições de imagens de catálogo, o autor as toma cada vez mais sem cerimônia, aproveita para me empurrar seus cartões postais, procura fazer-me concordar com os lugares-comuns:
A salinha onde foi introduzido o moço era forrada de papel amarelo: havia gerânios e cortinas de musselina nas janelas; o sol poente jogava sobre tudo isso uma luz clara... O quarto não continha nada de particular. Os móveis, de madeira amarela, eram todos velhos. Um sofá com grande encosto inclinado, uma mesa oval diante do sofá, um toucador, com espelho, entre as janelas, cadeiras encostadas às paredes, duas ou três gravuras sem valor, representando moças alemãs com pássaros nas mãos – eis a que se reduzia a mobília. ( Dostoievski, Crime e Castigo ).

Que o espírito se proponha, mesmo por pouco tempo, tais motivos, não tenho disposição para admiti-lo. Podem sustentar que este desenho clássico está no lugar certo e que neste passo do livro o autor tem seus motivos para me esmagar. Perde seu tempo, pois não entro no seu quarto. A preguiça, a fadiga dos outros não me prendem. Tenho da continuidade da vida uma noção instável demais para igualar aos melhores os meus momentos de depressão, de fraqueza. Quero que se calem, quando param de ressentir. E entendam bem que não incrimino a falta de originalidade pela falta de originalidade. Digo apenas que não faço caso dos momentos nulos de minha vida, que da parte de qualquer homem pode ser indigno de cristalizar aqueles que lhe parecem tais. Esta descrição de quarto, e muitas outras, permitam-me, digo: passo.
Ora, cheguei à psicologia, e com este assunto nem penso em brincar...

Fim... Não... Nunca será o fim... O Fim será dado pelas mãos dos homens... Pelas mãos destruidoras... Pelas serras elétricas nas florestas... Pelo aquecimento Global... O fim não será dado pela poesia... Será registrado!
João Paulo Mesquita Rolim

sexta-feira, 18 de julho de 2008

MANIFESTO POLÍTICO

A Terra gira eternamente no interior da mente daqueles dementes, que mentem e que nos roubam descaradamente... O povo vivendo no escuro, sem dinheiro, saúde, cultura e educação... Eles nada fazem para ajudar e para mudar a situação! Eleição após eleição, entra ano e sai ano, eles continuam a enganar e nos roubar... Já não sei o que fazer, manifestos, escritos, poemas, arte, anti-arte... Minha única certeza é que tudo vai continuar no mesmo lugar, na obscuridade e na impunidade da política nacional.

Quadro de Francisco Panachão

João Paulo Mesquita Rolim

domingo, 22 de junho de 2008

FRUTOS DA MINHA TERRA - PARAÍBA


Essa é minha terrinha. Como bom paraibano amigos, não posso deixar de citar e destacar alguns de meus conterrâneos que fizeram história.



Direto da Wikipédia.

Paraibanos ilustres

No estado surgiram notáveis poetas e escritores brasileiros: Augusto dos Anjos (1884-1908), José Américo de Almeida (1887-1980),Membro da Academia Brasileira de Letras e José Lins do Rego (1901-1957), Membro da Academia Brasileira de Letras.

A lista abaixo é de paraibanos que de algum modo se destacaram como pessoas públicas e tiveram impactos em várias áreas a nível nacional ou internacional. Por exemplo, nas artes, na cultura, na ciência e política.


Quer mais... visite minha terra!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Brasil vence miséria com salários melhores. PNUD

Eu como leitor dos boletins do PNUD me senti na obrigação de colocar essa matéria na integra. Podemos ver muita diferença na miséria e no salário aqui descrito. JP

San José, 21/05/2008

Brasil vence miséria com salários melhores
Estudo indica que país é um dos poucos da América Latina em que transferência de renda não foi principal causa da queda da pobreza.

OSMAR SOARES DE CAMPOS
da PrimaPagina
www.pnud.org.br/

O Brasil é um dos únicos países da América Latina e do Caribe em que a redução da miséria nos últimos anos esteve ligada ao aumento do rendimento dos mais pobres, afirma um relatório da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe). Chile e Equador seguiram tendência semelhante. Nos outros países da região o progresso no combate à extrema pobreza se deveu, de modo geral, a programas de transferência de renda e outras formas de benefício.

De 1990 a 2007, “com exceção de Chile, Brasil e das áreas urbanas do Equador, o incremento da renda do trabalho pelas pessoas ocupadas não beneficiou as famílias mais pobres”, diz o estudo, intitulado Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — O avanço no direito à saúde na América Latina e no Caribe. “De modo geral, os estratos mais pobres foram beneficiados mais por rendimentos não-laborais ligados a remessas, transferências monetárias estatais e outras fontes”, assinala o relatório, produzido com apoio de outros organismos da ONU, entre eles o PNUD. O documento destaca que a pobreza, a desnutrição e a fome têm forte influência sobre a saúde e são um obstáculo para que se desfrute efetivamente da saúde como direito do cidadão.

Se mantiverem a tendência dos últimos anos, América Latina e Caribe conseguirão atingir a meta de reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção de miseráveis, segundo a CEPAL — que classifica como miseráveis os que não têm renda para adquirir uma determinada quantidade de alimentos. A proporção de pessoas nessa condição caiu de 22,5%, em 1990, para 12,7% em 2007. Ou seja, em 68% do tempo estabelecido, 87% da meta havia sido atingida.

Esse número, contudo, não reflete o que está acontecendo em todas as nações da região: de 17 países sobre os quais o estudo traz números detalhados, apenas nove estão no ritmo adequado para cumprir a meta — incluindo Brasil, México, Chile e Equador, que já alcançaram o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio.

Uma das dificuldades para elevar o rendimento do trabalho, indica o relatório, é o baixo nível de ensino dos pobres. Esse e outros fatores que dificultam o desenvolvimento de capacidades e habilidades nessa faixa da população “determinam que sua [dos pobres] inserção no mercado de trabalho seja precária e em ocupações de baixa produtividade”.

Preço de alimentos

Um obstáculo para que a América Latina e o Caribe continuem a avançar na redução da pobreza é o aumento recente do preço da comida. Os índices latino-americanos de inflação dos alimentos subiram a um ritmo anual de 6% a 20%, em média 15% — problema que afeta especialmente os pobres, que gastam maior a parte de seus rendimentos para se alimentar.

"Não só o efeito de distribuição castiga quem menos tem, como também provoca um aumento nítido da porcentagem de pobres e indigentes que, ao não verem um aumento das rendas mensais disponíveis, não podem adquirir uma cesta básica de alimentos", diz o texto.

De acordo com simulação da CEPAL, se o rendimento das famílias não subir e houver alta de 15% no preço da cesta básica de alimentos com que o organismo calcula a indigência, a proporção de miseráveis na América Latina e no Caribe deve avançar 3 pontos percentuais, chegando a 15,9%. Ou seja, em vez de avançarem rumo à meta de reduzir a pobreza pela metade, a região iria retroagir.

O relatório sugere que os países criem políticas para atenuar esses efeitos. As medidas poderiam incluir "ações que diminuam os preços ou as altas dos preços dos alimentos nos mercados internos" e redução de tarifas e impostos sobre o consumo. "Outras políticas podem ser melhorar os rendimentos da população, especialmente dos setores de baixos recursos, mediante novos subsídios focalizados em certos setores ou o aumento dos subsídios vigentes", afirma o estudo, destacando ainda a importância de investimentos emergenciais de países desenvolvidos e de organismos internacionais para o enfrentamento do problema.

O ESTUDO.

O relatório "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — O avanço no direito à saúde na América Latina e no Caribe" foi coordenado pela CEPAL, com participação do PNUD, da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), do PMA (Programa Mundial de Alimentos) e do UNICEF (Fundo das nações Unidas para Infância).

O lançamento do estudo ocorreu nesta terça-feira em San José, na Costa Rica (12h no horário de Brasília), e contou com a participação de autoridades das agência da ONU envolvidas no trabalho, bem como do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e do UNIFEM (Fundo do Desenvolvimento da ONU para a Mulher).

Além de abordar questões relativas à erradicação da extrema pobreza e da fome para melhorar a saúde pública, o estudo faz ainda comparação sobre os sucessos dos ODM entre os países da América Latina, a desnutrição crônica e suas causa, o financiamento dos ODM na América Latina e Caribe e discute os princípios para políticas públicas de saúde.

Fonte PNUD

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O que é o surrealismo?

Para compreendermos o Surrealismo é preciso entender a vida na Europa após 1918, quando acabou a Primeira Guerra Mundial. Esse conflito resultou em um grande número de mortos, não só de combatentes, como de cidadãos comuns. Cidades inteiras foram destruídas e a Europa acabou perdendo o domínio econômico sobre os demais países do mundo. Os Estados Unidos, que só haviam aderido à guerra em abril de 1917, se tornaram então a grande potência mundial.

Com essa triste situação, surgiu um movimento artístico chamado Dadaísmo. Os dadaístas contestavam, ironizavam e desmistificavam os valores da sociedade européia, a começar pela própria arte.

Esse movimento serviu de inspiração ao Surrealismo. Porém, os surrealistas propunham uma ação coletiva para tornar o ser humano mais livre e criativo. Eles tentavam compreender o mundo com outro sentido, buscando tornar real o que antes era apresentado como irreal.

O surrealismo surgiu na França na década de 1920. Este movimento foi significativamente influenciado pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud, que mostram a importância do inconsciente na criatividade do ser humano. De acordo com Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e as informações do inconsciente. O pai da psicanálise, não segue os valores sociais da burguesia como, por exemplo, o status, a família e a pátria.

Em 1924, a partir da publicação do Manifesto do Surrealismo, o qual lançou o movimento surrealista, o escritor André Breton e o seu amigo Philippe Soupault adotaram a palavra e "batizamos com o nome de Surrealismo, a nova moda de expressão que tínhamos à nossa disposição e que desejávamos passar aos nossos amigos".

Breton adotou a palavra Surrealismo para descrever a prática literária e artística que ele e os seus «amigos» seguiam. Ela descreve uma aventura coletiva, centrada na figura de Breton, que começou em Paris nos anos 20 e abarcava poesia, pintura, prosa, escultura, fotografia, cinema,....

Segundo André Breton, "Surrealismo é o automatismo psíquico puro pelo qual se propõe expressar, verbalmente, por escrito, ou de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. O pensamento é ditado com ausência de qualquer outro exercício da razão, a margem de toda preocupação com estética ou moral.

O Surrealismo procurava a comunicação com o irracional e o ilógico, desorientando e re-orientando deliberadamente o consciente através do inconsciente.

Em 1929, Breton publicou o "Segundo Manifesto do Surrealismo" e aqueles artistas que não agiam nem compartilhavam com as idéias do poeta foram expulsos do movimento. Breton achava que o artista não poderia deixar de ser racional apenas em sua arte, mas deveria agir assim em todas as circunstâncias. Até o fim da Segunda Guerra Mundial, o surrealismo foi considera-do pela opinião pública um "acidente" sem importância. Mas, por volta de 1950, constatou-se que o movimento marcou profunda-mente, não só a poesia, mas o romance, o teatro, as artes plásticas e o cinema. Os maiores expoentes do movimento foram Salvador Dalí, Max Ernst e René Magritte na pintura, Man Ray na fotografia e Luís Buñuel no cinema.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Rosas, rosas vermelhas, rosas com espinhos...




















Rosas, rosas vermelhas, rosas com espinhos...
espinhos, espinhos que ferem, ferindo nossas almas, nossas peles...
Gotas, gotas vermelhas, vermelho do sangue...
Sangue que escorre dos espinhos feridos,
das rosas vermelhas que te entrego,
entrega de minha alma, do meu corpo...
Pétalas de rosas que se misturam ao meu sangue,
ao meu amor... uma ferida que nunca se fecha,
uma ferida dentro de meu coração...
Rosas que não secam, pois se alimentam de meu sangue, de minha paixão...

Rosas, rosas vermelhas, rosas com espinhos...
espinhos, espinhos que ferem, ferindo nossas almas, nossas peles...

Pétalas de rosas que se misturam ao meu sangue,
ao meu amor... uma ferida que nunca se fecha,
uma ferida dentro de meu coração...


Rosas, rosas vermelhas, rosas com espinhos...
espinhos, espinhos que ferem, ferindo nossas almas, nossos corpos...

João Paulo Mesquita Rolim

quarta-feira, 12 de março de 2008

POEMA DE ANDRÉ BRETON NA FORMA ORIGINAL


Uma risada



de safira na ilha de Ceilão



As mais belas palhas



Têm a cor esmaecida



Na prisão



Numa fazenda isolada



NO DIA-A-DIA



agrava-se



O agradável



Um caminho carroçável



vos conduz ao desconhecido



O Café



roga por si mesmo



O ARTESÃO QUOTIDIANO DE VOSSA BELEZA



Senhora,



um par



de meias de seda



não é



Um salto no vazio



UM CERVO



Antes de tudo o amor



Tudo poderia acabar tão bem



Paris é uma grande aldeia



Vigial



o fogo incubado



a oração



Sabei que



os raios ultravioleta



terminaram seu trabalho

bom e rápido



O PRIMEIRO JORNAL BRANCO

DO ACASO

Vermelho será



O cantor errante

ONDE ESTARÁ?

na memória

em sua casa

NO BAILE DOS ARDENTES



Faço

dançando

O que se fez, o que se fará



E os exemplos poderiam ser multiplicados. O teatro, a filosofia, a ciência, a crítica ainda conseguiriam encontrar-se aí. Quero logo dizer que as futuras técnicas surrealistas não me interessam.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil

“Por um gesto julgamos um caráter; por um caráter julgamos um povo” Eça de Queiroz.



Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil

Por João Paulo Mesquita Rolim



Ao ingressar no grupo de países de alto desenvolvimento humano, o Brasil marca o início, mesmo que simbólico, de uma nova trajetória e de um novo conjunto de aspirações. O olhar deve voltar-se ao desempenho do conjunto de países latino-americanos que têm um desenvolvimento humano superior ao brasileiro, incluindo Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Cuba e México. O Brasil possui indicadores de desenvolvimento humano inferiores em quase todas as dimensões. Precisamos crescer mais para no futuro atingirmos melhores níveis no relatório.
O Resultado do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, planejado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi mundialmente disponibilizado nesta terça-feira dia 27 de novembro de 2008. Aqui apresento um olhar mais didático e criterioso do Relatório deste ano, diferente de algumas mídias.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil aumentou em relação aos anos anteriores e permitiu que o país entrasse pela primeira vez no grupo dos países de Alto Desenvolvimento Humano, como Estados Unidos, Inglaterra, Islândia, França e nossos vizinhos como o Chile.
O Brasil ultrapassou a barreira de 0,800 (linha de corte) no índice — que varia de no mínimo zero a 1 no máximo —, considerada o marco de alto desenvolvimento humano. Em termos relativos, o Brasil caiu uma posição no ranking de 177 países e territórios: de 69º em 2006, para 70º neste ano. Isso ocorreu pela primeira vez desde que foi divulgado o primeiro relatório, há 30 anos. Colocando, assim, o país na categoria de alto desenvolvimento humano.
O relatório é de 2007, mas teve como base os dados de 2005. É incrível que o Governo Brasileiro não tenha disponibilizado dados mais atuais para o PNUD chegar a pontuações mais exatas na classificação brasileira. Considero isso o resultado do Brasil pela sua atual posição, abaixo dos demais paises membros do Mercosul, qual o Brasil é um dos lideres.
O IDH é calculado anualmente pelo PNUD e faz parte do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008
– Combater as Mudanças do Clima: Solidariedade Humana em um mundo dividido. Albânia e Arábia Saudita ultrapassaram o Brasil, subindo respectivamente cinco e 15 posições no ranking. A ilha caribenha da Dominica que estava acima do Brasil em 2006, ocupando o 68° lugar no ranking, caiu duas posições. No caso da Arábia Saudita, a revisão na forma de cálculo na taxa de matrícula foi o grande impulsionador de melhoras no país. Como já aconteceu no ano passado, o estudo usou indicadores que foram revisados e aperfeiçoados.


A posição do Brasil no Índice é totalmente simbólica, pois o país tem muito que fazer e conquistar. O Brasil continua perdendo para os seus vizinhos Argentina, Chile, Uruguai. Os números apresentados pelo consultor do PNUD no Brasil, o Sr. Flávio Comin, descreve que o país esta no caminho certo para elevação nos futuros relatórios. Já o Ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, disse: “O Brasil, por mais que esteja no caminho correto, ainda tem uma grande dívida social”.


O Brasil era 69º em 2006 (0,792), hoje é o 70º (0,800), o último da linha de alto desenvolvimento humano de todos os paises que foram calculados no planeta. Chegou a esse estágio por conta de revisões na metodologia de cálculo dos dados, descobrindo-se que Albânia e Arábia Saudita têm situações melhores que o Brasil. Na Arábia Saudita hoje é um dos países mais modernas do mundo, considerando sua cultura islâmica e mulçumana, mesmo hoje é ainda, um dos poucos locais menos tolerantes e abertos do mundo, por mais que suas reservas de petróleo sejam as maiores, apostou em outra fonte de renda, o turismo, em transformação constante, a cidade cresce desenfreadamente e tecnologicamente, possui Hoteis 5 e 6 estrelas, ótima rede de saúde, educação, cultura e ótimas oportunidades financeiras e trabalhistas, até há pouco tempo, a produção agrícola era limitada pela inexistência de água e pela grande salinidade do solo. Agora, graças à irrigação, a Arábia Saudita tornou-se grande produtor de trigo. A tâmara, o tomate, a melancia, a cevada, a uva, o pepino, a abóbora, a berinjela, a batata, a cenoura e a cebola são também culturas importantes. Outra coisa intrigante no país do deserto é que eles têm muita água potável em seu território – água vinda de outros paises e até de icebergs. Um exemplo de crescimento.


O PIB per capita foi ajustado para 159 países com o propósito de melhor refletir os preços correntes de 2005. Com estas revisões, o Brasil teria passado já em 2004, para 71,5 anos de expectativa de vida, com 87.5% de taxa de matrícula e US$ 8.325 de renda per capita. O aumento efetivo, correspondente ao ano de 2005, foi de 0.2 anos para expectativa de vida e US$ 77 para a renda per capita. Os dados da educação para o Brasil não foram disponibilizados pelo Instituto de Estatística da UNESCO para 2005, razão pela qual foram usados os dados de 2004 atualizados, refletindo, de qualquer forma, uma melhoria da educação no país. O programa “bolsa família” considerado o principal programa de transferência de renda do país e outros projetos, tem agido de forma benéfica às camadas mais pobres do país, fazendo com que o mais pobres fiquem menos pobres, “diminuindo a desigualdade”, fazendo com que a freqüência à escola aumente, mas isso não demonstra, por exemplo, um aumento no número de vacinação infantil no país e nem na desnutrição de crianças de 1 a 3 anos. O PNUD diz que o programa brasileiro está impulsionando o número de matrículas nas escolas: cerca de 60% dos jovens pobres de 10 a 15 que atualmente estão fora da escola devem se matricular em resposta às exigências do bolsa família e de seu antecessor, o bolsa escola. “A taxa de abandono – nas escolas – diminui em cerca de 8%”, mas o número de repetência aumentou das crianças cadastradas no programa, diferente das crianças não cadastradas que não repetem o ano.


Neste ano, o PIB foi o único que teve crescimento real, saúde e educação tiveram índices melhores por conta de revisões da metodologia usada pelo PNUD, o que não resolveu o problema da vacinação infantil e da desnutrição. Por estas razões, qualquer comparação entre o IDH deste ano com o de anos anteriores, deve ser vista com muita cautela, principalmente com programas que trazem desconfiança nos cálculos apresentados. Hoje tem família planejando filhos pensando no bolsa família. É assim que vamos ajudar a população a crescer, evoluir, se educar e amadurecer de forma responsável e consciente? Acho que o que vai aumentar nos próximos anos são os números de nascimentos da população de baixa renda com filhos matriculados em escolas ligadas ao programa bolsa família, e estes ano-após-ano repetindo o mesmo ano letivo. Até quando pergunto? Novas regras devem ser instaladas para que isso não se torne um subsidio oneroso para o bolso do cidadão brasileiro esclarecido; já tivemos uma grande vitória com saída da CPMF, esta criada para custear a saúde, coisa que nunca aconteceu. E agora o que vai vir por ai?


“O PNUD recomenda que mais ênfase deve ser dada ao desempenho de longo prazo dos países que mostrem mudanças reais nas diferentes dimensões”.


A melhora do IDH brasileiro, além de constante – desde 1975, todos componentes que formam o índice vêm apresentando melhora – é harmônica.


Em 1990 a expectativa de vida no nascimento era de 66,1 anos, em 1995 era de 68,2, em 2000 de 70,3 e em 2005 elevou-se para 71,7 anos um aumento gradual da expectativa de vida do brasileiro. Na taxa de alfabetização adulta ocorreu o mesmo, em porcentagens, com mais de 15 anos de idade, em 1990 era de 82%, em 2000 de 86,9% e em 2005 de 88,6%. O PIB per capita foi um dos maiores crescimentos – em US$ –, no ano de 1990 o brasileiro ganhava 7.219, em 2000 8.085 e em 2005 8.402. Por este lado o Brasil dá um salto na tabela do IDH formulado pelo PNUD, de seus 0,723 pontos para 0,800 pontos em 2007.


A ONU aponta motivos para otimismo no Brasil. A previsão é que relatórios futuros poderão trazer números melhores, resultado de investimentos atuais. Economistas freqüentemente dizem que não é possível distribuir renda com crescimento, mas o Brasil mostrou que isso é possível sim e é o que vêm acontecendo gradativamente. Kevin Watkins Coordenador do Relatório do IDH pelo PNUD disse. “Uma coisa interessante é que houve redistribuição de renda nos últimos anos sem sacrifício da estabilidade econômica ou do crescimento no Brasil”. Isso foi o que resultou para a subida do Brasil. Mas o resultado seria melhor se o governo tivesse disponibilizado alguns dados mais atuais. “Por um gesto julgamos um caráter; por um caráter julgamos um povo”. Já dizia Eça de Queiroz, texto que inicio e fecho aqui.




João Paulo Mesquita Rolim
Consultor de Cultura e Responsabilidade Social Corporativa
Matéria escrita no Esc. Pinheiro Pedro Adv. e AICA