sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Garoto da Bicicleta - Le gamin au vélo.





O Garoto da Bicicleta (Le gamin au vélo, 2011), novo filme dos irmãos Jean-Luc e Pierre Dardenne, é protagonizado por uma criança, mas não visa a um público necessariamente infanto-juvenil, não é de se espantar que os temas da obra sejam livres de predisposições etárias. Cyril (Thomas Doret), de 11 anos, passa por situações complicadas, pois vive em um internato e que nunca consegue falar com o pai, Guy (Jérémie Renier).
O principal desdobramento do roteiro é o envolvimento do jovem protagonista com Wes (Egon di Mateo), que é taxado de traficante pela vizinhança. É a partir dessa relação que o projeto dos Dardenne se tornará mais claro. Cyril, na verdade, passa por sentimentos, ou poder-se-ia dizer até por tirocínios, que não têm idade definida para sucederem. Na verdade, nem todo mundo recebe essas lições da vivência, pois elas só se revelam úteis quando têm de ser postas em prática.Apesar de sempre ouvir a caixa eletrônica no telefone, nunca receber ligações em retorno e até mesmo saber que Guy já se mudou, Cyril se mantém determinado a contatá-lo. Tenta também encontrar sua bicicleta, muito especial, mas dizem que ela foi vendida. Samantha (Cécile de France), ao ouvir a história do garoto, decide reaver a bicicleta. Ele agradece e em breve já pede para passar os fins de semana com a mulher. Cyril, porém, é bem mais bravio do que ela esperava.
É, essencialmente, um filme de erros. O garoto se inicia errando na acepção popular: ele incorre em um grande engano na busca fantasiosa por um progenitor que não corresponde às exigências mínimas da paternidade. Após a “adoção” de Samantha, aí sim existem toques de uma errância clássica. Não que o tempo que ele passa com Wes seja apenas isso, já que o suposto traficante, que lhe oferece diversão e lições, lhe parece a possível figura paterna que o torna tão obsessivo e focado.
Através destes ensinamentos, Cyril se torna um errante. Sua confiança, gerada talvez pelo desejo de ter um pai funcional, é o ponto de partida para atos desencontrados, fúteis, e a partir destes erros ele encontrará o aprendizado de fato. Desde o início, percebe-se que o personagem insiste no equívoco, mas aprende: quando ele vê dilacerada uma de suas esperanças, apesar de normalmente ter outra pronta para usar como norte, o garoto não teima em se opor à realidade.
Mais um sinal de que os cineastas não querem emular a mentalidade infantil – pois a criança costuma ser acoplada a uma visão de mundo mais suave, ou até mesmo falsa, quando a verdade é brutal –, e sim experiências específicas. O conflito em que Cyril se envolve no terço final da projeção é absurdo, mas funciona como um rito de passagem de um lado a outro da percepção da violência. Vale notar que ele pede desculpas pelo ferimento que causou em Samantha, e não pela imensa turbulência emocional pela qual ele a fez passar.
De um lado, há o aprendizado da brutalidade, que desencadeia na prática, de forma justa, mais brutalidade, escancarando o rito de passagem em dois personagens de idades distintas; do outro, o ensinamento sobre esperanças otimistas prescinde de uma comparação tão visível. É uma jogada um tanto ousada, pois sugere o envolvimento do espectador na medida em que não mostra uma pessoa mais velha sofrendo pelos mesmos motivos de Cyril. É como se o expurgo moral da violência fosse preferível apenas no tecido moral da ficção, ao passo que o otimismo é mais trivial – é comum e até banal passar pela superação dessa visão de mundo.
Esperança, inconsequência, individualismo: o pequeno protagonista de O Garoto da Bicicleta carrega em si atitudes que quase nunca desaparecem por inteiro nas pessoas. O enfoque na infância apenas indica que não existe idade breve demais para superar – ou, ao menos, para a suspender, em certos momentos – essas posturas. O garoto simboliza a experiência em curso, e agrega diversas lições, ordinárias ou não, nessa rica e agitada vivência. 
Uma melodia toca em uns poucos momentos de transição, mas se dissipa antes do corte, deixando sons ou silêncio. O contraste contido nesses planos musicados/silenciosos atesta tanto para o valor fabular, de aprendizagem, como para a viva banalidade do movimento ou do repouso: os Dardenne se dedicam ao conjunto indissociável dos dois registros.

domingo, 18 de dezembro de 2011

A Pele que Habito - La Piel que Habito.



A Pele que Habito
 (La Piel que Habito, 2011), o cineasta Pedro Almodovar volta com força total nesse tipo de construção de personagens. Agora se valendo de recursos inéditos, como o terror, ficção científica e o noir, Almodóvar nada mais faz do que reafirmar seu estilo de fazer cinema, só que com a ajuda de alguns apetrechos que potencializam suas ideias. Agora tudo está elevado a nível exponencial e essa questão de um homem deixar aflorar seu lado feminino será berrante, beirando o status de aberração – como somente um filme de horror é capaz de elevar. Aqui temos um cientista maluco à lá Frankenstein, uma cobaia humana indefesa e um motivo de vingança propulsor para dar um pontapé inicial. Em A Pele que Habito temos um conto de horror refletido na imagem de um cinema assexuado e ilimitado.
O brilhante cirurgião plástico Robert Ledgard (Antonio Banderas) tem sua vida destruída quando sua esposa morre em um acidente. Anos depois sua filha é estuprada em uma festa de casamento e depois vai parar em uma clínica psiquiátrica, completamente fora de si. Mergulhado em seu trabalho para esquecer seus problemas, ele começa a projetar um tipo de pele sintética capaz de proteger o corpo humano de danos físicos, e sua cobaia é uma misteriosa mulher cativa em um cômodo trancado de sua mansão. A única cúmplice de seu projeto megalomaníaco é sua própria mãe, Marilia (Marisa Paredes), que por algum motivo parece não confiar nem um pouco na tal mulher mantida em cativeiro.
Apesar dessa premissa esquisita e aparentemente difícil de conduzir, não podemos esquecer que o cinema de Almodóvar é muito orgânico, e tudo flui naturalmente sem muita dificuldade. Como se estivesse ciente dos possíveis obstáculos que esse tipo de história poderia acarretar, o cineasta ignora alguns tipos de tradições do terror e da ficção científica, e se foca apenas no drama, evitando assim se perder em explicações que jamais dariam conta de esclarecer racionalmente cada idéia apresentada. Sendo assim, resta apenas nos deixar levar por essa fluidez com que tudo ocorre. Uma vez em que o próprio diretor se mostra indiferente a esses elementos periféricos, para nós espectadores só resta acompanhar a trama da maneira como ele deseja que façamos.
A partir deste parágrafo, alerto que alguns detalhes reveladores da trama serão comentados, então fica por conta de cada leitor decidir continuar ou não. Apesar de se basear no romance de Thierry Jonquet, A Pele que Habito é um filme que não poderia combinar melhor com a essência da persona de Pedro Almodóvar. Seu cinema é quase que inteiramente dedicado a retratar a cultura gay de uma maneira universal, portanto é interessante notar o papel da pele nesse contexto. Não é à toa que a pele se mostra o elemento catalisador de tudo a ser transmitido, já que na história ela prende a tal mulher em um sexo que não lhe pertence. Como é mostrado em determinado momento da trama, aquela mulher na verdade se trata de Vicente, o garoto drogado que estuprou a filha de Robert durante a festa de casamento, e que agora foi capturado pelo cirurgião, dopado e teve seu sexo mudado em uma cirurgia clandestina. Determinado a se vingar, Robert quer que Vicente passe por tudo aquilo que sua filha passou, trancafiando-o como uma mulher em uma pele vedante.
Assim sendo, temos Vicente – um heterossexual convicto – obrigado ter seu sexo mudado, a estrutura de seu corpo inteiramente modificada nos moldes do corpo feminino. Querendo ou não, ele está preso àquilo, e a sua pele sintética lhe serve como as grades de uma prisão. Trata-se de um processo inverso ao que vemos no cinema quando se trata de um personagem travestido, que repudia seu corpo e expõe ao mundo seu desejo de ser como uma mulher, se vestir, falar, e se relacionar como uma. Vicente representa então nesse contexto um travesti introvertido, preso a uma condição que deplora e que deseja a todo custo voltar a seu sexo original. Enquanto os travestis estão presos a um corpo de homem, Vicente se vê habitando a pele de uma mulher.
Inacreditavelmente, Almodóvar faz dessa metamorfose horrenda e desnatural algo quase artístico. As cores de sua fotografia, vivas e sagazes, a escolha de enfeitar seus cenários constantemente com quadros de corpos nus e disformes (inclusive um deles é de Tarsila do Amaral), ampliados em paredes imponentes, não passam de sugestões para nós espectadores, auxiliadores narrativos. Vemos nessas obras de arte o corpo humano deformado, estilizado em cores que representam em um filme de horror algo medonho, gritante, aprisionador.
Não poderia esperar menos de um diretor como Almodóvar se aventurando em um gênero tão curioso como o terror. Ele redimensiona o gênero e o usa em prol de suas idéias incomuns, fazendo de A Pele que Habito um filme por vezes horrendo, por vezes belíssimo. Pode ser visto como um neo noir, como um drama ou até mesmo como um tipo de comédia cruel, mas o que une todas essas classificações em uma só é a arte. Arte pura e eclética vista sob a lente de um cineasta sensível e autoral como poucos hoje em dia. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A Geysha e a cerejeira.


 













Essa é minha mais nova tatooagem.

A Geysha e a cerejeira

Se me derem um pincel
pintarei as flores da cerejeira
com o seu perfume
de geysha, com folhas levadas pelo vento

João Paulo Mesquita Rolim


terça-feira, 13 de setembro de 2011

EUREKA! CULTURA E RESPONSABILIDADE SOCIAL


EUREKA! PRODUÇÃO CULTURAL E RESPOSABILIDADE SOCIAL.

A EUREKA é uma nova forma de conhecimento acerca das possibilidades de exercício da responsabilidade social, ambiental e cultural, tanto em õrgãos públicos como empresas. Divulga trabalhos, marcas, estudos e ações relacionadas à gestão cultural e de responsabilidade social.

Os projetos da EUREKA s
ão desenvolvidos em parceria com diversos consultores, de acordo com a demanda x know-how do profissional. Não se constitui como empresa, mas sim como promotora de ações de responsabilidade socioambiental e cultural. A EUREKA divulga trabalhos, marcas, estudos e ações relacionadas à gestão.


A EUREKA PRODUÇÃOO CULTURAL E RESPOSABILIDADE SOCIAL desenvolve:
·         Consultoria, planejamento, criaçõs de desenvolvimento em comunicaão e marketing para a sustentabilidade, meio ambiente, cultura e sociedade.
·         Implantação de processos e procedimentos relacionados à gestão de resíduos sólidos incluindo logística reversa, em organizações públicas e privadas.
·         Cursos de legislação cultural, gestão da responsabilidade social e desenvolvimento sustentável para grupos, empresas e governo.
·         Promoção de eventos empresariais conforme sua necessidade.
·         Produção de conteúdos para seminários, congressos e fóruns, cartilhas, relatários e apresentações na área da responsabilidade social e cultural.
·         Palestras contratadas para temas relacionados à Gestão Ambiental e Responsbilidae Social; Planejamento; Negócios; Marketing;  Comunicação e Legislaçao Cultural.
·         Projetos de Lei de Incentivo à Cultura nas esferas Federais, Estaduais e Munícipais.
Contato


João Paulo Mesquita Rolim - EUREKA
Coordenador de Projetos Culturais e Desenvolvimento Sustent
ável

Celular: 0 55 11 6633 4061

e-mail: arautinga@gmail.com - eureka.cultural@gmail.com

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Game of Thrones - A Fúria dos Reis.



Não há como negar que "Game of Thrones" é a série mais irada da HBO. Ao assistir a série fui pesquisar mais sobre do que se tratava e descobri que é uma série de livros do autor George R.R. Martin, draduzido para o poruguês como "A FÚRIA DOS REIS".


No vol.1 - AS CRÔNICAS DE GELO E FOGO começa a narrativa de uma terra onde o verão pode durar décadas e o inverno toda uma vida, onde os problemas estão apenas começando. O frio está de volta e, nas florestas ao norte de Winterfell, forças sobrenaturais se espalham por trás da Muralha que protege a região. No centro do conflito estão os Stark do reino de Winterfell, uma família tão áspera quanto as terras que lhe pertencem.



Já nó vol. 2 - AS CRÔNICAS DE GELO E FOGO um cometa vermelho cruza os céus de Westeros, os Sete Reinos estão em plena guerra civil. Os exércitos dos Stark e dos Lannister estão se preparando para o confronto final, e Stannis - irmão do falecido Rei Robert -, desejoso de possuir um exército que lute pela sua reivindicação ao trono, alia-se a uma misteriosa religião oriental. Porém, seu irmão mais novo também se proclama rei. E, enquanto isso, os Greyjoy planejam vingança contra todos os que os humilharam dez anos atrás.


...Ainda, no distante Leste, poderosos dragões estão prestes a chegar aos Sete Reinos, trazendo fogo e morte... Um perigo de proporções gigantescas, muito maior do que as grandes guerras!



Das terras onde o frio é brutal, até os distantes reinos de plenitude e sol, George R. R. Martin narra uma história de guerreiros e barbáros, nobres e damas, soldados e mercenários, assassinos e bastardos, que se juntam em um tempo de presságios malignos. Entre disputas por reinos, tragédias, traições, sexo, vitória e terror, o destino dos Stark, seus aliados e seus inimigos é incerto. Mas cada um está se esforçando para ganhar este conflito.





 

A Série da HBO "Game of Thrones adapta o romance de George R. R. Martin,  As Crônicas de Gelo e Fogo: A Guerra dos Tronos (A Song of Ice & Fire) ".

A série se passa em Westeros, uma terra reminiscente da Europa Medieval, onde as estações duram por anos ou até mesmo décadas. A história gira em torno de uma batalha entre os Sete Reinos, onde duas famílias dominantes estão lutando pelo controle do Trono de Ferro, cuja posse assegura a sobrevivência durante o inverno de 40 anos que está por vir.

A série é encabeçada por Lena Headey, Sean Bean e Mark Addy. Bean interpreta Eddard "Ned" Stark, Lorde de Winterfell, um homem conhecido pelo seu senso de honra e justiça que se torna o principal conselheiro do Rei Robert, vivido por Addy. Lena interpreta a mulher de Robert, a Rainha Cersei.


Título original:Game Of Thrones
Título no Brasil: A Guerra dos Tronos
Ano de lançamento: 2011
Gênero: Ação / Drama / Fantasia
Duração: 60 minutos
Emissora: HBO
Vai ao ar: Domingos as 21:00 (USA)
Linguagem: Inglês
Legendas: Português
Site Oficial: http://www.hbo.com/#/game-of-thrones (USA)
Site Oficial: http://www.hbomax.tv/gameofthrones (BR)
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0944947/ [rate:9.5]

Equipe:
Produtores: D. B. Weiss, David Benioff
Co-Produtores: George R. Martin (1), Guymon Casady, Vince Gerardis, Ralph M. Vicinanza, Carolyn Strauss
Produção: Mark Huffam, Frank Doelger, Jo Burn
Co-Produção: Greg Spence
Direção: Thomas McCarthy (1)
Elenco:
Mark Addy como Baratheon Robert King
Alfie Allen – Theon Greyjoy
Sean Bean – Eddard "Ned" Stark
Emilia Clarke – Daenerys Targaryen
Nikolaj Coster-Waldau – Lannister Jaime Ser
Peter Dinklage como Lannister Tyrion
Michelle Fairley – Catelyn Stark
Aidan Gillen – Petyr "Littlefinger" Baelish
Jack Gleeson – Baratheon Joffrey
Iain Glen – Mormont Jora Ser
Kit Harington – Jon Snow
Lena Headey – Lannister Cersei
Hempstead Isaac Wright – Bran Stark
Harry Lloyd – Viserys Targaryen
Richard Madden – Robb Stark
Rory McCann – Sandor "O Cão" Clegane
Sophie Turner – Sansa Stark
Maisie Williams – Arya Stark



João Paulo Mesquita Rolim

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

COMO SE TORNAR UMA OSCIP


Fonte: OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público A Lei 9.790/99 como Alternativa para o Terceiro Setor – Cartilha Comunidade Solidária 2ª Edição
DOCUMENTAÇÃO E PROCEDIMENTOS PARA A QUALIFICAÇÃO COMO OSCIP

A entidade que deseja se qualificar como OSCIP deve fazer uma solicitação formal ao Ministério da Justiça, na Coordenação de Outorga e Títulos da Secretaria Nacional de Justiça, anexando ao pedido cópias autenticadas em cartório de todos os documentos relacionados a seguir, conforme art. 5º da Lei 9.790/99:

1) estatuto registrado em Cartório;

2) ata de eleição de sua atual diretoria;

3) balanço patrimonial;

4) demonstração do resultado do exercício;

5) Declaração de Isenção do Imposto de Renda (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ), acompanhada do recibo de entrega, referente ao ano calendário anterior;

6) Inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CGC/CNPJ).

Não são aceitas cópias xerox da documentação autenticada.
A ata de eleição da diretoria da entidade, assim como os demais documentos, deve ser xerocopiada e autenticada em cartório, antes de ser enviada ao Ministério da Justiça.

No caso do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício, mesmo que a entidade tenha sido criada há menos de um ano, deve-se fazer o levantamento dos mesmos para o período de existência da entidade — o que é feito por um contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

A Declaração de Isenção do Imposto de Renda é a própria Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) que as entidades sem fins lucrativos isentas são obrigadas a apresentar à Secretaria da Receita Federal/SRF. Para fins de qualificação como OSCIP, essa Declaração deve ser referente ao último ano em que a sua entrega a SRF foi obrigatoriamente apresentada. Por exemplo, se a solicitação de qualificação como OSCIP for feita em fevereiro de 2002, a Declaração de Isenção do Imposto de Renda deve ser relativa a 2001.

É importante destacar que também é obrigatória a apresentação ao Ministério da Justiça do recibo de entrega da Declaração a SRF. As organizações criadas há menos de um ano deverão procurar maiores esclarecimentos no Ministério da Justiça.
4.1 Como solicitar a qualificação como OSCIP

A entidade poderá encaminhar seu pedido de qualificação como OSCIP pelo correio ou apresentá-lo ao Protocolo Geral do Ministério da Justiça, que deverá indicar data e hora do recebimento.

O endereço é:

Ministério da Justiça
Secretaria Nacional de Justiça / Coordenação de
Outorga e Títulos / Divisão de Qualificação de OSCIP
Esplanada dos Ministérios - Bloco T - Anexo II
Brasília / Distrito Federal - CEP 70064-900.

Informações: oscip@mj.gov.br

Uma vez recebido o pedido de qualificação, o Ministério da Justiça tem o prazo de trinta dias para deferi-lo ou não e mais quinze dias, a partir da decisão, para publicar o ato de deferimento ou indeferimento no Diário Oficial da União, mediante despacho do Secretário Nacional de Justiça (Lei 9.790/99, art. 6º e Portaria 361/99, do Ministério da justiça).

No caso de indeferimento da qualificação, o Ministério da Justiça envia para as entidades parecer identificando as exigências que não foram cumpridas. Após fazer as alterações necessárias, a entidade pode apresentar novamente a solicitação de qualificação como OSCIP a qualquer tempo (Decreto 3.100/99, art. 3º, parágrafo 3º).

A qualificação é ato vinculado ao cumprimento dos preceitos da Lei 9.790/99. Portanto, é responsabilidade da organização da sociedade civil verificar se cumpriu todos os requisitos, antes de enviar o pedido de qualificação ao Ministério da Justiça. Para isso utilize o check-list no Anexo 1.

IMPORTANTE
1 - Antes de enviar ao Ministério da Justiça o pedido de qualificação como OSCIP, sugerimos que a entidade utilize a Lista de Conferência dos Requisitos para Qualificação como OSCIP, checando se todas as exigências foram atendidas como, por exemplo, os documentos necessários e se o estatuto da entidade contempla todas as normas estabelecidas na Lei 9.790/99.

2 - Caso a OSCIP deixe de preencher qualquer um dos requisitos legais que a qualificaram, deverá comunicar ao Ministério da Justiça, o que implica a perda da qualificação (Portaria 361/99, art. 4º).

FINALIDADE
Checar se entre os objetivos sociais da entidade há pelo menos uma das seguintes finalidades constantes do artigo 3º, da Lei nº 9.790/99:
Finalidade SIM NÃO
Promoção da assistência social.
Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico.
Promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações.
Promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações.
Promoção da segurança alimentar e nutricional.
Defesa, preservação, conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável.
Promoção do voluntariado.
Experimentação sem fins lucrativos de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito.
Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direito e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar.
Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais.
Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas acima.

ESTATUTO
Checar se o estatuto da entidade contém expressamente as seguintes normas, conforme determina o artigo 4º, da Lei nº 9.790/99
Finalidade SIM NÃO
A entidade é de direito privado
A entidade não tem fins lucrativos
A entidade não distribui entre os seus associados ou associados, conselheiros, diretores, Empregados ou doadores eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferido mediante o exercício de suas atividades, e os aplica integralmente na consecução do seu objetivo social.
Observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência.
Adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais em decorrência da participação em processos decisórios.
Constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade.
Previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido seja transferido a outra pessoa jurídica qualificada como OSCIP, preferencialmente com o mesmo objeto social da extinta .
Previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período que perdurou aquela qualificação, seja transferido a outra pessoa jurídica qualificada como OSCIP, preferencialmente com o mesmo objeto social.

Prestação de contas:
a) Observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade.

b) Publicidade, por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, do relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, que devem ser colocadas à disposição para exame de qualquer cidadão.

c) Realização de auditoria independente da aplicação dos recursos objeto do Termo de Parceria, conforme previsto em regulamento.

d) Prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas OSCIPs a ser feita conforme o parágrafo único do artigo 70 da Constituição Federal.

Remuneração dos dirigentes:
a) expressa claramente no estatuto que não remunera seus dirigentes, sob nenhuma forma ;

b) expressa claramente no estatuto que remunera seus dirigentes que efetivamente atuam na gestão executiva ou prestam serviços específicos, de acordo com os valores praticados no mercado.

É ISSO! DÚVIDAS:

João Paulo Mesquita Rolim
Consultor de Projetos Culturais e Desenvolvimento Sustentável
e-mail: arautinga@gmail.com - msn: arautinga@hotmail.com

COMO MONTAR UMA ONG


COMO MONTAR UMA ONG
Por onde começar? Com quem eu falo primeiro?
Reúna seu grupo de amigos e elaborem um Estatuto. Quando se começa a colocar no papel os artigos, a idéia toma forma porque surgirão perguntas muito específicas que deverão ser respondidas, tais como:
- quais serão os objetivos da ONG?
- onde será o corte para além do qual não atuará?
- qual o público-alvo?
- qual a forma de atuar nas questões propostas pelo grupo?
- qual o tamanho e a composição da Diretoria?
- quais as regras básicas de funcionamento da ONG?
Para este momento, pode-se usar como ponto de partida o estatuto das ONGs que tenham a mesma finalidade e, também, valer-se dos modelos constantes do site do Ministério da Justiça, no menu Cidadania: www.mj.gov.br/snj/oscip/default.htm. Ali se encontram não só o texto da Lei 9.790/99 (a Lei das OSCIPs), promulgada para ser a alternativa para o Terceiro Setor, como também modelos, manual e a relação das OSCIPs por UF.
É interessante considerar as exigências relativas à natureza Jurídica, aos objetivos sociais e ao Estatuto para obter-se a qualificação como OSCIP. Desta forma ficará mais fácil, por exemplo, o estabelecimento de parcerias com órgãos do Governo (em qualquer das 3 instâncias), uma vez que a qualificação funciona como um atestado de que a Organização está dentro da lei e funcionando adequadamente.
Assembléia
Uma vez elaborado o Estatuto e tendo ele sido lido e dado como conforme pelo grupo inicial, é hora do lançamento formal da ONG, com a Assembléia de Fundação. Essa Assembléia deverá ter o Edital de convocação amplamente divulgado -- inclusive em jornal de grande circulação, se possível. A Ordem do Dia do Edital trará expresso o motivo da Assembléia, qual seja: fundação, aprovação do Estatuto e eleição da diretoria e conselho. É importante que o Estatuto seja lido em Assembléia e que a ata registre sua aprovação.
Diretoria
Comumente, a primeira Diretoria já vai pré-escolhida dentre o grupo que idealizou a ONG, mas cada um de seus membros deve ter o aval dos presentes à Assembléia.
É preciso atentar para o fato de que, ara obter-se a qualificação como OSCIP, nenhum integrante da diretoria pode ser servidor público da ativa. Nada há contra o fato de integrantes do Conselho ser servidores públicos da ativa.
Estrutura Organizacional
As pessoas que ocuparão cargos na administração da ONG devem obrigatoriamente ter idade igual ou superior a 18 anos -- que é a idade prevista no art.5° do novo Código Civil para a prática dos atos da vida civil --, ou emancipadas (instituto jurídico pelo qual os responsáveis legais de um menor, nos casos previstos em lei e através de procedimento judicial, antecipam o reconhecimento da maioridade). Eventualmente, respeitadas as leis trabalhistas, é possível ter, por exemplo, um menor de 16 anos como coordenador de um projeto.
A estrutura organizacional (cargos, seus nomes e funções) poderá ser adequada à realidade da ONG. A existência de cargos com as nomenclaturas de presidente, vice-presidente, etc. é apenas uma convenção, não sendo obrigatório tê-los. O Código Civil determina que o Estatuto deve prever a estrutura organizacional e de administração (entenda-se "representação legal") da Organização. Entretanto, não determinam quais sejam os nomes dos cargos, nem mesmo quantos ou o que façam. Assim, uma Organização é livre para definir o que quiser em seu estatuto, bastando prever expressamente a existência de um seu representante legal. Muitas vezes a confusão se instaura, pois, para a obtenção de alguns títulos ou certificados, sempre facultativos, a legislação específica determina que o Estatuto deva prever tais ou quais cargos e funções.
Outra coisa são os funcionários. Acerca destes, o Estatuto não deve fazer qualquer menção, bastando que se respeitem as leis trabalhistas e previdenciárias.
Assim, temos:
1) Cargos/Funções estatutárias: são as previstas no estatuto, em número mínimo de um, com liberdade de definição de nomenclatura e funções, salvo a representação ativa e passiva -- que é obrigatória;
2) Cargos/Funções de funcionários: alcançam a mais ampla liberdade (nomenclatura, disposição, alterações), desde que respeitadas as leis trabalhistas e afins.
Cabe apenas ressaltar que as Organizações que pleiteiem a qualificação como OSCIP deverão ter em seu Estatuto Social a existência de Conselho Fiscal e, portanto, ensejará a função ou nomenclatura do "Conselheiro" e seus suplentes de quais documentos precisos? E a quem os entrego?
As pessoas presentes à Assembléia de fundação serão os sócio-fundadores. E, para o registro da ata de fundação, será preciso colher-se, de cada um deles, nome completo, endereço e número de documento de identidade. Isso porque essa lista será um dos documentos integrantes do registro da ONG no cartório de Títulos e Documentos e Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Os outros documentos para registro são: o Estatuto e a ata de fundação, com A devida lista de presença.
A partir do registro, solicite o CNPJ à Receita Federal e outros registros porventura requeridos por lei - dependendo da área de atuação da sua ONG.
Será necessário contratar ou conseguir um voluntário Contador, que assine a escrituração contábil da ONG. Em geral, ele próprio fará os registros na Receita Federal e outros que a legislação exija, de acordo com a estrutura e forma de trabalho da ONG.
Quais os objetivos de uma ONG de proteção animal?
Se o seu Município não tem uma legislação de controle populacional de cães e gatos, não será uma ONG com abrigo que resolverá a situação. Todas as pessoas que se propuseram a trabalhar na causa da proteção montando um abrigo estão falidas, sozinhas, com centenas de animais para sustentar e manter. Um cão ou gato em situação de cativeiro tem uma vida de pelo menos 10 anos.
Uma ONG de proteção terá mais resultados se dedicar-se ao controle cirúrgico da população de cães e gatos, de preferência em parceria com o poder público, para ampliar as ações. A cada fêmea castrada deixarão de nascer, num único ano, entre 50 e 200 Filhotes (cálculo de descentes proposto pela American Society for the Prevention of Cruelty to Animals).
Juntamente com a castração, a outra frente que a ONG de proteção deve abraçar é a posse responsável, mediante palestras em escolas, com crianças do primeiro grau. É o plantio para que, num futuro próximo, tenhamos menos abandono e maus tratos contra animais.
Como todas as ONGs, as de proteção aos Animais deverão atuar também na adequação das Políticas Públicas do município (lei de zoonoses, encaminhamento de animais capturados para pesquisa, espetáculos com animais, Registro Geral de Animais, etc.).
Links sobre ONGs e OSCIPs:
Quais os procedimentos legais para se montar uma ONG?
www.rits.org.br/legislacao_teste/faq/lg_faq_coscs.cfm?extrutFAQ=0
Como montar uma ONG ambientalista
www.ambiente.sp.gov.br/proaong/fundaong.doc

OU VOCÊ PODE ME CONTRATAR:
João Paulo Mesquita Rolim
Consultor de Projetos Culturais e Desenvolvimento Sustentável
e-mail: arautinga@gmail.com - msn: arautinga@hotmail.com

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tio Boonmee, que Recorda as Suas Vidas.

Tio Boonmee, que Recorda as Suas Vidas.

Assisti ontem no Cine Unibanco, tirando o ar condicionado muito gelado posso dizer:

Existem três planos em Tio Boonmee: a vida, a morte e o cinema. O filme, então, esparrama-se por meio deles.

A vida

Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas abre com um plano simbólico, quase semiótico: um bufalo tentando desprender-se de uma árvore a qual se encontra amarrado. A cena sintetiza toda a ideia de vida (de viver) que está presente no filme (como em toda a obra de Apichatpong): a vontade de ver-se livre de amarras, de descolar-se de um passado para viver o presente, de reaver/recordar as coisas passadas para viver e morrer plenamente. Depois de muito lutar, o bufalo consegue soltar-se, desprender-se de uma não-vida. Metaforicamente, o bufalo é a morte que invade a vida, invade a vida terrena do Tio Boonmee (que sofre de insuficiência renal e está passando seus "últimos dias" próximo da natureza, essa nossa estranha), talvez para lhe buscar ou talvez para lhe mostrar um caminho possível rumo ao fim da vida. Não vemos o encontro esperado entre os dois, mas sabemos se tratar de um plano inevitável, inadiável. Ou seja, ele vai acontecer mesmo que não seja mostrado (ou visto, pois pode ser invisível) - só não se sabe quando, se na vida ou na morte -, mesmo que o olho da câmera não o abarque. Tio Boonmee (o filme) busca na analogia destas duas vertentes encontrar um lugar comum. Trata-se de relacionar seres físicos a seres não físicos, de mensurar as possibilidades de encontro entre eles para então dimensioná-los num só mundo. A vida e a morte, estes universos tão distantes, são um só.

A morte

A morte chega para Boonmee de várias formas. Seu filho, outrora desaparecido, ressurge em forma de um macaco que só aparece no escuro. Portanto, meio homem, meio macaco, meio fantasma, meio vivo, meio morto. Num plano de absoluta imersão metafísica, somos lentamente conduzidos a esse encontro entre Boonmee, seu filho macaco Boonsong, e o fantasma de sua esposa na varanda da casa - uma imagem a qual precisamos nos acostumar gradativamente, como o surgimento da própria esposa falecida de Boonmee, que vai aparecendo através de um suave fade in, até ganhar todas as cores de uma pessoa em vida. Em pauta estão às escolhas de cada um. Boonmee, muito maduro, só pode as aceitar. As formas de aceitação são várias: deixar-se tratar pelo fantasma da esposa, ser tragado pela memória, e, por fim, escolher um lugar para morrer. Nesse emaranhado de situações, o espectador se vê compenetrado na tentativa de relacionar as coisas: o que é real? Até onde vai realidade? O que é fantasia? Até onde ela vai? O que é sobrenatural? Ele existe?

A vida e a morte

O bufalo representa essa dualidade, essa analogia semiótica. Ela simboliza tanto a vida quanto a morte. A soltura e a liberdade são consequências próximas a um fim de vida. Ou seja, anunciam a proximidade da escuridão, do último cerrar dos olhos, do último acordar. Boonmee, que vive esse fim, esse derradeiro fim, concentra-se no olhar, no toque, na vontade de estar junto, de enfim recordar suas vidas passadas. O contato com a natureza serve como metáfora para simbolizar a vida, mas também funciona como símbolo de uma despedida. Notamos isso lá no primeiro plano, quando o bufalo desprende-se da árvore (vida) e ruma para encontrar algo ou alguém (morte). Em comum, tanto a imagem da vida quanto a imagem da morte, está a necessidade de transformação de um estado para outro. Algo como sair do sólido para o gasoso, do físico para o não físico. Metonímias de representações, de possibilidades de associação entre estes dois estados, Tio Boonmee pode então recordar do passado para viver o presente e morrer no futuro.

O cinema

De longe são sentidas as influências aplicadas ao cineasta tailandês - que não são exclusivamente cinematográficas. Vamos de Hou Hsiao-hsien (as conversas, a fluidez de um plano estático) a Andy Warhol (a cena do peixe poderia muito bem ser um quadro surrealista de Warhol), passando por Chantal Akerman (a própria cena, já clássica, da "reunião familiar" na varanda, com a natureza ao fundo, poderia ter saído de qualquer filme da cineasta belga, ou até mesmo de um Rivette). Mas o importante é que temos aqui não um cineasta focado em demarcar sua obra com assinaturas ou referências, e sim um autor comprometido com a conexão de suas temáticas (a vida e fantasia) e seu cinema - um no sense. A clareza do olhar, a limpidez da câmera (sem arroubos estilísticos) e a sutileza do diálogo são constatações básicas quando se fala de Tio Boonmee, até primárias. É só dessa forma que se pode alcançar o efeito desejado, só assim podemos construir um diálogo com o filme (mais especificamente com os personagens), enxergá-lo, além de vê-lo. Esse cinema só pode ser dele, só pode exclusivamente a ele pertencer, pois não há imagens mais adequadas quando falamos do contemporâneo do que aquelas vistas e revistas no cinema de Apichatpong Weerasethakul.

Seus filmes:

* Mysterious Object at Noon (Dokfa nai meuman), (2000)
* Blissfully Yours (Sud sanaeha) (2002), premiado na seção de Cannes Un certain regard
* The Adventure of Iron Pussy (Hua jai tor ra nong), co-director (2003)
* Tropical Malady (Sud pralad) (2004) (Prémio do júri do festival de Cannes e eleito pela crítica o melhor filme da 28ª Mostra de Cinema de São Paulo)
* Syndromes and a Century (Sang sattawat) (2006)
* Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives (2010) Palma de Ouro do Festival de cinema de Cannes
* Utopia (em produção)

Da wikipédia: Apichatpong Weerasethakul, (Bangkok, 1970) é um realizador (diretor de cinema) do cinema independente tailandês. Criado em Khon Kaen, no nordeste da Tailândia, é licenciado em arquitetura pela Universidade de Khon Kaen e obteve um mestrado em Belas Artes na School of the Art Institute de Chicago. Em 1999 fundou Kick the Machine, uma companhia que se dedica ao fomento do cinema experimental e independente.


Tio Boonmee raluek chat (em inglês Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives, que quer dizer O Tio Boonmee, que Recorda as Suas Vidas Passadas) foi aclamado com a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes de 2010.

título original: (Lung Boonmee Raluek Chat)
lançamento: 2010 (Tailândia, Inglaterra)
direção:Apichatpong Weerasethakul
atores:Thanapat Saisaymar, Sakda Kaewbuadee, Jenjira Pongpas
duração: 114 min
gênero: Drama
status: Em cartaz

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Room in Rome



Essa produção espanhola poderia ser classificada facilmente como apenas um romance picante, não fosse ela dirigida por Julio Medem, de Os Amantes do Círculo Polar (1998), Lúcia e o Sexo (2001), Caótica Ana (2007) entre outros. Um Quarto em Roma, refilmagem do original chileno En La Cama de Matias Bize, que também teve sua história filmada aqui no Brasil pelo colombiano Gustavo Nieto Roa com o título Entre Lençóis.

A cinematografia de Julio Medem já deu provas suficientes de estar mais próxima da poesia que constrói com suas imagens do que simplesmente do ato de filmar uma história. Neste filme, o diretor espanhol reúne em um único ambiente, um quarto de hotel, todo o universo de possibilidades de situações. Genialmente, Medem utiliza os aparelhos tecnológicos, companheiros permanentes do ser humano contemporâneo, para dar ao lugar uma dimensão muito maior, além de proporcionar maior dinâmica para a narrativa do filme, demonstrando que o espaço geográfico é uma questão muito relativa na atualidade.
O encontro casual entre Alba (Elena Anaya) e Natasha (Natasha Yarovenko) que se desenrola no tal quarto de hotel em Roma ganha proporção filmica para além das cenas tórridas entre as duas estranhas. A música, característica marcante na obra do diretor, é um elemento que seduz e entorpece, personificando os hiatos propostos pelos vazios que suas personagens atravessam durante os momentos de doze horas de suas vidas juntas.
A luz se manifesta no filme desvendando os mistérios do quarto, não só dos corpos, como também das personagens que ali se abrigam em pinturas e fantasmas. A arte e a tecnologia a serviço da poesia. A vida fora dali é também o elo que manipula as ações das mulheres que se entregam ao desejo como se nada mais importasse. O amor parece ser o fim inevitável, mas os dois extremos da situação levam a algum tipo de ruptura. Tudo começa e acaba, ainda que beire a eternidade.

Ficha técnica:
Título inglês: Room in Rome
Diretor: Julio Medem
Elenco: Elena Anaya, Natasha Yarovenko, Enrico Lo Verso
Ano de Produção: 2009
País: Espanha
Duração: 109"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

INTIFAI toca no CCSP - Centro Cultural SP




A banda Intifai nasceu em decorrência de várias necessidades - de expressão político/social, de valorização do instrumentista (desglamourização do front-man, recusa do teatral), da improvisação, de economia de palavras, de um som potentemente moderno e etc. Depois de 2 acidentados anos de maturação das bases eletrônicas, faz sua estréia em Maio/2009, gravando “Balançoriun Iradus”, material que sai em disco até Março/2010. Nesta gravação, estão presentes somente guitarra e trumpete (além de bases e vocal, claro), mas a banda conta hoje com trombone e clarineta também, e quando gravar seu novo material, “Jocket”, poderá contar com mais instrumentistas amigos que chegam. A INTIFAI deve ser a banda mais pretensiosa do planeta. Quer fazer dançar, pensar e... agir.
 
Staxploitation & Intifai.

Staxploitation banda integrada por experientes músicos das cenas paulistana e gaúcha, toca clássicos de soul, blues e jazz, com tratamento moderno de personalidade.



 
Ingressos: R$10,00 (retirada de ingressos: duas horas antes da sessão) ...- Sala Adoniran Barbosa (631 lugares)

Informações: infocenarock@gmail.com - João Paulo e André Girardi.

Rua Vergueiro, 1000 - São Paulo - (0xx)11 3397-4002.