quarta-feira, 12 de março de 2008

POEMA DE ANDRÉ BRETON NA FORMA ORIGINAL


Uma risada



de safira na ilha de Ceilão



As mais belas palhas



Têm a cor esmaecida



Na prisão



Numa fazenda isolada



NO DIA-A-DIA



agrava-se



O agradável



Um caminho carroçável



vos conduz ao desconhecido



O Café



roga por si mesmo



O ARTESÃO QUOTIDIANO DE VOSSA BELEZA



Senhora,



um par



de meias de seda



não é



Um salto no vazio



UM CERVO



Antes de tudo o amor



Tudo poderia acabar tão bem



Paris é uma grande aldeia



Vigial



o fogo incubado



a oração



Sabei que



os raios ultravioleta



terminaram seu trabalho

bom e rápido



O PRIMEIRO JORNAL BRANCO

DO ACASO

Vermelho será



O cantor errante

ONDE ESTARÁ?

na memória

em sua casa

NO BAILE DOS ARDENTES



Faço

dançando

O que se fez, o que se fará



E os exemplos poderiam ser multiplicados. O teatro, a filosofia, a ciência, a crítica ainda conseguiriam encontrar-se aí. Quero logo dizer que as futuras técnicas surrealistas não me interessam.