sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A MULHER NOVILHO BÚFALO BRANCO


Baseado no livro American Indian Myths and Legends de 1980.

A MULHER NOVILHO BÚFALO BRANCO
O Primeiro Cachimbo
A Profecia do Búfalo Branco
Para o povo Nativo da América do Norte, o nascimento de um búfalo branco é um sinal do "fim dos tempos". Três destes animais já nasceram desde 1995. Um morreu logo após seu nascimento. o ültimo nasceu em Dakota do Sul, EUA.
Em um verão a muito tempo atrás, sete fogos de conselho sagrado da Nação Lakota Oyate, se reuniram e acamparam.


Todos os dias eles enviavam batedores para procurar alguma caça mas eles não encontravam nada. O povo estava faminto.Entre os bandos reunidos estavam os Itazipcho, os 'Sem-arcos' que eram liderados pelo Chefe Chifre Ôco de Pé. Numa manhã bem cedo o Chefe enviou dois de seus guerreiros para caçar nas Montanhas Negras da Dakota do Sul. Eles procuraram por todos os lugares mas não encontraram nada. Então eles resolvem escalar uma colina bastante alta para poderem avistar toda a terra. No meio do caminho, eles avistam algo vindo, bem de longe, em sua direção, mais se parecendo com um novilho de búfalo branco;mas a figura estava flutuando em vez de andar.Dalí, eles souberam que era uma pessoa wakan, santa. No início eles podiam ver somente uma pequena mancha se movendo mas eles sabiam que ela tinha a forma humana. E assim que ela se aproximou mais eles viram que era uma linda jovem índia, mais linda do que todas que eles conheciam. Ela usava um traje de couro branco que brilhava ao sol. Ele estava bordado com lindos desenhos sagrados de espinhos do porco-espinho, em cores tão radiantes que nenhuma mulher seria capaz de fazer. Esta estranha santa era Ptesan-Wi, a Mulher Novilho Búfalo Branco.
Em suas mãos ela levava um fardo grande e um leque de folhas de salvia. Tinha seus cabelos soltos exceto por uma trança no lado esquerdo que era amarrada com pele de búfalo. Seus olhos eram negros e brilhantes, com grande poder neles.Os dois jovens olhavam para ela boquiabertos, mas um deles a desejou esticando seus braços para tocá-la. esta mulher era lila wakan, muito sagrada e não podia ser tratada com desrespeito. Instantaneamente um raio atingiu o jovem fulminando-o no lugar, sobrando somente um montinho de ossos queimados.Em uma outra versão dizem que a mulher pediu ao guerreiro que estava com pensamentos ruins para dar um passo a frente, e instantaneamente uma nuvem negra envolveu o seu corpo e quando ela se dissipou, não havia restado nada dele. O outro guerreiro se ajoelhou e começou a rezar.
Ao outro jovem que havia se comportado corretamente, a Mulher Búfalo Branco falou:"Trago boas coisas, algo sagrado para sua nação. Um mensagem eu carrego para o seu povo, do povo da nação do Búfalo. Volte à sua tribo e diga a seu povo para se preparar para minha chegada. Diga a seu Chefe para erigir uma tenda medicinal com vinte e quatro postes. Que ela seja santificada para minha chegada."
O jovem caçador voltou à sua tribo e contou ao Chefe e ao povo o que a mulher sagrada havia ordenado.E assim, o povo erigiu uma grande tenda medicinal e esperou. Depois de quatro dias eles viram a Mulher Novilho Búfalo Branco se aproximar, levando o fardo diante dela. Com seu lindo vestido de couro branco brilhava de longe, ela chegou entoando uma canção sagrada; "Com um sopro visível, eu caminho. Um voz eu envio enquanto caminho. De maneira sagrada, eu caminho. Com pegadas visíveis, eu caminho. De um jeito sagrado, eu caminho." O Chefe Chifre Ôco de Pé convidou-a para entrar na tenda medicinal.
Ela entrou e circulou o interior no sentido do sol. O Chefe se dirigiu a ela com respeito dizendo:" Irmã, nós estamos felizes que você tenha vindo nos instruir." Ela disse a ele o que ela queria que fosse feito. No centro da tenda era para eles fazerem um owanka wakan, um altar sagrado, feito de terra vermelha com um cranio de búfalo e um suporte de três paus para uma coisa sagrada que ela estava trazendo.
Eles fizeram o que ela havia orientado e ela fez um desenho na terra vermelha macia do altar. Ela mostrou a eles como fazer tudo, e depois ela circulou a tenda de novo no sentido do sol. Parando diante do Chefe, ela abriu o fardo. A coisa sagrada que ele continha era o chanunpa, o cachimbo sagrado. Ela o levantou para que todos pudessem vê-lo. Ela estava segurando a haste com a mão direita e o bojo com a esquerda, e é assim que o cachimbo é segurado desde então.
Novamente o Chefe falou: Irmã, nós estamos felizes. Não temos tido carne já a algum tempo. Tudo que temos a oferecer é água." Eles derramaram alguma wacanga,erva doce, na bolsa de couro com água e ofereceram a ela, e até hoje o povo coloca erva doce ou uma asa de águia na água e a borrifa na pessoa a ser purificada.
A Mulher Novilho Búfalo Branco mostrou ao povo como usar o cachimbo. Ela o encheu com chan-shasha,tabaco de casca avermelhada de salgueiro. Ela caminhou ao redor da tenda do mesmo jeito do Anpetu-Wi, o grande sol. Isto representava o círculo sem fim, a volta sagrada, a estrada da vida.
A mulher colocou uma lasca de búfalo seco no fogo e acendeu o cachimbo com ela. Este era peta-owihankeshni, o fogo sem fim, a chama a ser passada de geração a geração. Ela contou a eles que a fumaça que se elevava do bojo era o sopro de Tunkashila, o sopro de vida da grande Avó Mistério.
Depois a Mulher Novilho Búfalo Branco mostrou ao povo o mofo certo de orar usando as palavras e o gestos corretos. Ela os ensinou a cantar a canção de enchimento do cachimbo e como elevar o cachimbo ao céu, em direção ao Avô, e para baixo em direção à Avó Terra, para Unci, e depois para as quatro direções do universo.
"Com este cachimbo sagrado," ela disse,"vocês caminharão como uma prece viva. Com seus pés descansando sobre a terra e a haste do cachimbo alcançando os céus, os seus corpos formam uma ponte viva entre o Sagrado Abaixo e o Sagrado Acima. Wakan Tanka sorri para vocês, porque agora nós somos um: terra, céu, todas as coisas vivas, os sêres de duas pernas, os de quatro pernas e os de asas, as árvores, as ervas. Juntos com o povo, estãos todos relacionados, uma família. O cachimbo os mantém todos juntos.
"Olhem para este bojo,"disse a Mulher Novilho Búfalo Branco."Sua pedra representa o búfalo, mas também a carne e o sangue do homem pele vermelha. O búfalo representa o universo e as quatro direções, porque ele se apoia em quatro pernas, para as quatro eras da criação. O búfalo foi colocado no Oeste por Wakan Tanka na criação do mundo, para reter as águas. Todo ano ele perde um fio de pelo, e em cada uma das quatro eras ele perde uma perna. O ciclo sagrado chegará ao fim quando todo o pelo e as pernas do grande búfalo estiverem ido, e a água voltará para cobrir a Mãe Terra. A haste de madeira deste chanunpa representa tudo que cresce na terra. As doze penas penduradas onde a haste - a espinha dorsal - se junta com o bojo - o crânio - são da Wanblee Galeshka, a águia manchada, o mesmo pássaro sagrado que é o mensageiro do Grande Espírito e o mais sábio de todos que voam. Vocês estão se unindo a todas as coisas do universo, pois todos clamam por Tunkashila. Olhem para o bojo: gravado nele estão sete círculos de vários tamanhos. Eles representam as sete cerimônias sagradas que vocês praticarão com este cachimbo, e também, os Oceti Shakowin, os sete acampamentos sagrados de nossa nação Lakota."
Então a Mulher Novilho Búfalo Branco falou às mulheres, contando-lhes que foi o trabalho de suas mãos e o fruto de seus corpos que mantiveram a nação viva. "Vocês são da Mãe Terra," ela lhes disse, "o que vocês fazem é tão grande quanto o que os guerreiros fazem." Portanto o cachimbo sagrado é também algo que liga homens e mulheres em um círculo de amor. Este é o objeto sagrado que, tanto os homens quanto as mulheres possuem com aliado. Os homens entalham o bojo e fazem a haste; as mulheres o decoram com faixas de cerdas coloridas. Quando um homem toma uma mulher como esposa, ambos seguram o cachimbo ao mesmo tempo, e uma tira de pano vermelha é amarrada em torno de suas mãos, os atando junto por toda a vida.
A Mulher Novilho Búfalo Branco tinha muitas coisas em sua algibeira sagrada para elas, suas irmãs Lakota; milho, wasna, nabo do mato. Ela ensinou como fazer uma lareira. Ela encheu a bolsa de búfalo com água e colocou uma pedra incandescente dentro dela. "Deste jeito vocês cozinham o milho e a carne."
A Mulher Novilho Búfalo Branco também falou com as crianças, porque elas possuem uma compreensão além dos anos que possuem. Ela conta a elas que o que seus pais e mães fizeram foi para elas, ques seus pais podiam se lembrar que já foram crianças um dia, e que elas, as crianças, cresceriam e teriam seus próprios filhos. Continuou ainda dizendo: "Vocês são a geração vindoura, e é por isso que vocês são os mais importantes e preciosos. Algum dia você segurarão este cachimbo e o fumarão. Algum dia vocês rezarão com ele."
E mais uma vez ela falou a todo o povo: "O cachimbo está vivo; ele é um ser vermelho mostrando-lhes uma vida vermelha em uma estrada vermelha. E esta é a primeira cerimonia em que vocês usarão o cachimbo. Vocês o usarão para guardar a alma de uma pessoa morta, porque por meio dele você podem falar com Wakan Tanka, o Grande Mistério. O dia em que um ser humano morre é sempre um dia sagrado. O dia em que a alma é libertada para o Grande Espírito é outro."
Ela falou uma última vez para o Chefe Chifre Ôco de Pé:"Lembre-se:este cachimbo é muito sagrado. Respeite-o que ele o levará até o fim da jornada. As quatro eras da criação estão em mim. Eu voltarei para vê-lo em cada ciclo da geração. Eu voltarei até você."
Ela ensinou a eles sete cerimonias sagradas. Uma delas foi a Tenda do Suor, ou Cerimonia d Purificação. A outra foi a Cerimonia de Nomeação, dar nomes às crianças. A terceira foi a cerimonia de cura. A quarta foi a feitura de parentes ou cerimônia de adoção.A qunita foi a cerimonia de casamento. A sexta foi a Busca de Visão e a sétima foi a cerimonia da Dança do Sol, a cerimônia do povo de todas as nações.
Ela ensinou canções e ritos tradicionais e instruiu o povo que se eles fizessem estas cerimonias eles seriam sempre os cuidadores e guardiães da terra sagrada. E que, se tomassem conta desta terra eles jamais morreriam e viveriam para sempre.
A Mulher Novilho Búfalo Branco então deixou o povo, dizendo: "Toksha ake wacinyanktin ktelo - Eu os verei de novo." E ainda: "...lembrem-se que os de duas pernas e todos os outros povos que habitam a terra são sagrados e devem ser tratados como tal..."O povo ficou olhando para ela caminhando na mesma direção em que havia chegado, delineada por uma grande bola vermelha do sol poente.A medida em que afastava, ela girou quatro vezes. Na primeira vez, ela se transformou em um búfalo preto; na segunda em um amarelo; na terceira em um vermelho; e finalmente, na quarta vez em que ela girou, ela se transformou em um novilho búfalo branco.
Um búfalo branco é a coisa viva mais sagrada que se pode encontrar. A Mulher Novilho Búfalo Branco desapareceu no horizonte. Tão logo ela desapareceu, uma grande manada de búfalos apareceu, se deixando abater para que o povo pudesse sobreviver. E a partir daquele dia, nossas relações, o búfalo, supriu o povo com tudo que precisavam - carne com alimento, peles para suas roupas e tendas, e ossos para suas ferramentas.

Voz.

Ouvi sua voz.
gostosa,
de saudades,
sincera,
e desconfortável
esperando o que já sabia,
que te procuraria,
tenho saudades...

Falo-te
e escrevo
o que lembrei,
quando me disse,
das praias,
das ondas,
da areia.

Do te sorriso
lembrei-me,
de como você
deve ter lembrado,..
saudades.

João Paulo Mesquita Rolim.

Carta do Chefe Seattle ao Presidente dos E.U.A.

Em 1854, "O Grande Chefe Branco" em Washington fez uma oferta por uma grande área de território indígena e prometeu uma "reserva" para os índios.
A resposta do Chefe Seattle, aqui reproduzida na íntegra, tem sido considerada uma das declarações mais belas e profundas já feitas sobre o meio-ambiente:
“Como você pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia é estranha para nós.Se nós não somos donos da frescura do ar e do brilho da água, como você pode comprá-los?Cada parte da Terra é sagrada para o meu povo.
Cada pinha brilhante, cada praia de areia, cada névoanas florestas escuras, cada inseto transparente, zumbindo,é sagrado na memória e na experiência de meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo a memóriae a experiência do meu povo. A energia que flui pelas árvores traz consigo as memóriasdo homem vermelho.
Os mortos do homem branco se esquecem da sua pátria quandovão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da Terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, os cervos, o cavalo, a grande águia, estes são nossos irmãos. Os picos rochosos, as seivas nas campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, todos pertencem à mesma família.
Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que
quer comprar nossa terra, ele pede muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que reservará para nós um lugaronde poderemos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Então vamos considerar sua oferta de comprar a terra. Mas não vai ser fácil. Pois esta terra é sagrada para nós.
A água brilhante que se move nos riachos e rios não ésimplesmente água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de queela é o sangue sagrado de nossos ancestrais. Se nós vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de queela é sagrada, e vocês devem ensinar a seus filhos que ela é sagradae que cada reflexo do além na água clara dos lagos fala de coisasda vida de meu povo. O murmúrio da água é a voz do pai de meu pai.
Os rios nossos irmãos saciam nossa sede. Os rios levam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra para vocês, vocês devem lembrar-se deensinar a seus filhos que os rios são irmãos nossos, e de vocês, e consequentemente vocês devem ter para com os rios o mesmocarinho que têm para com seus irmãos. Nós sabemos que o homem branco não entende nossas maneiras. Para ele um pedaço de terra é igual ao outro, pois ele é um estranhoque chega à noite e tira da terra tudo o que precisa. A Terra não é seu irmão, mas seu inimigo e quando ele o vence, segue em frente. Ele deixa para trás os túmulos de seus pais, e não se importa. Ele seqüestra a Terra de seus filhos, e não se importa.
O túmulo de seu pai, e o direito de primogenitura de seus filhossão esquecidos. Ele ameaça sua mãe, a Terra, e seu irmão, do mesmo modo, comocoisas que comprou, roubou, vendeu como carneiros ou contas brilhantes. Seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si apenas um deserto. Não sei. Nossas maneiras são diferentes das suas. A visão de suas cidades aflige os olhos do homem vermelho. Mas talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não entende.
Não existe lugar tranqüilo nas cidades do homem branco. Não há onde se possa escutar o abrir das folhas na primavera, ouo ruído das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não entendo. A confusão parece servir apenas para insultar os ouvidos. E o que é a vida se um homem não pode ouvir o choro solitáriode um curiango ou as conversas dos sapos, à noite, em volta de uma lagoa. Sou um homem vermelho e não entendo.
O índio prefere o som macio do vento lançando-se sobre a face do lago, eo cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva de meio-dia, ouperfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisascompartilham o mesmo hálito – a fera, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo hálito. O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo há dias esperando a morte, ele é insensível ao mau cheiro.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem se lembrar de que o aré precioso para nós, que o ar compartilha seus espíritoscom toda a vida que ele sustenta.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la separada e sagrada, como um lugar onde mesmo o homem branco pode ir para sentir o ventoque é adoçado pelas flores da campina.
Assim, vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Se resolvermos aceitar, eu imporei uma condição – o homem brancodeve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e não entendo de outra forma. Vi mil búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelohomem branco que os matou da janela de um trem que passava.
Sou um selvagem e não entendo como o cavalo de ferro que fumapode se tornar mais importante que o búfalo, que nós só matamospara ficarmos vivos.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreriade uma grande solidão do espírito. Pois tudo o que acontece aos animais, logo acontece ao homem. Todas as coisas estão ligadas.
Vocês devem ensinar a seus filhos que o chão sob seus pésé as cinzas de nossos avós. Para que eles respeitem a terra, digam a seus filhos que a Terraé rica com as vidas de nossos parentes. Ensinem as seus filhos o que ensinamos aos nossos, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra. Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos.
Isto nós sabemos – a Terra não pertence ao homem –o homem pertence à Terra. Isto nós sabemos. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Todas as coisas estão ligadas.
Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela. O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus anda e fala com ele como deamigo para amigo, não pode ficar isento do destino comum.
Podemos ser irmãos, afinal de contas. Veremos. De uma coisa nós sabemos, que o homem branco pode um diadescobrir – nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar agora que vocês O possuem como desejampossuir nossa terra, mas vocês não podem fazê-lo. Ele é Deus do homem, e Sua compaixão é igual tanto para como homem vermelho quanto para com o branco. A Terra é preciosa para Ele, e danificar a Terra é acumular desprezopor seu criador. Os brancos também passarão, talvez antes de todas as outras tribos.
Mas em seu desaparecimento vocês brilharão com intensidade, queimados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e para algumpropósito especial lhes deu domínio sobre esta terrae sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não entendemos quando osbúfalos são mortos, os cavalos selvagens são domados, os recantossecretos da floresta carregados pelo cheiro de muitos homens, e a vistadas montanhas maduras manchadas por fios que falam.
Onde está o bosque? Acabou. Onde está a águia? Acabou. O fim dos vivos e o começo da sobrevivência.”

1851, Seattle, chefe dos Suquamish

Extraído de The Irish Press, sexta-feira, 4 de junho de 1976.
“As leis dos homens mudam de acordo com o seu conhecimento e compreensão. Apenas as leis do Espírito permanecem sempre as mesmas.”
Provérbio Crow
“Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira seguí-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos.”

Provérbio Ute

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Roda dos sonhos...










Caminhando por entre trevas,
sombras e demônios internos,
mente sombria em pensamentos impuros,
noite eterna sem luz, lua ou estrelas,
fria e silenciosa, vazia sem vida.

A morte em vida, sem amores,
paixões, sentimentos ou prazeres.

Percorro a escuridão cegamente,
procuro o caminho para sair deste labirinto
sem paredes de areia ao chão,
onde sinto ao caminhar ao tocar areia fria e fina
que escorre por entre meus dedos,
pergunto-me por que estou aqui,
rumando sem direção, sem saber onde estou,
onde vou, o que procurar, se é realmente um sonho,
se existe realmente uma saída,
o que procuro e o que encontrarei em meio ao nada.


Nada é no que estou,
pois no momento não sei quem sou
e se realmente aqui estou e para onde vou,
caminhando e caminhando em meio ao nada,
o silencio é quebrado apenas por minha respiração,
meu coração, meu corpo vibrando, cansado, suado,
pulsando meu sangue, não tenho palavras, dor ou emoção,
perguntas que vem e vão, a cada nova passada em meio ao nada.

Apenas sei que aqui estou,
posso me tocar, sentir meu corpo,
mas o vejo e não há nada a minha volta,
apenas escuridão e vazio,
é como me sinto vazio,
sem esperança de sair,
sem respostas as minhas perguntas
e sem respostas para responder quem sou neste momento,
se realmente estou aqui e por que?


Não tenho fome ou sede,
não me canso e nem mesmo tenho sono,
não tenho vontade de parar para descansar,
não quero falar ou gritar,
não sei se estou em meio a um sonho ou pesadelo,
que direção tomar, norte ou sul, leste ou oeste,
apenas sei responder uma de minhas muitas perguntas,
em algum lugar sei que vou chegar,
pois a uma finalidade para aqui estar.


Abri meus olhos em momento de tantas perguntas infindáveis a este lugar,
houve uma mudança em meio a tantas passadas
não é mais a areia fina e fria em que pisava,
tudo mudou, agora é um lugar liso e molhado,
tão frio quanto antes passado e agora esquecido.


Adiante vejo uma luz,
distante, um ponto luminoso,
imagino o que é agora, uma vela, uma lanterna,
as respostas a tantas perguntas,
uma luz no final de todo esse nada,
pois agora já não é o nada,
é tudo é uma luz, é meu destino,
minha nova cruzada.

Estou em um mar sem causa ou motivo,
sendo guiado por um farol em alguma costa,
um mar sem fim, sem sentido,
sem praia ou porto, um mar sem ondas ou vida,
apenas eu ao longo de meu destino.

Neste momento não tenho um passado,
uma história, sou apenas eu no presente,
onde a poucos era o nada agora se tornou o tudo,
sei que não estou só, pois agora tenho um futuro,
uma companhia, a luz que procuro alcançar.


Não mais estou caminhando por entre trevas,
ao olhar para traz vejo minha sombra projetada no meio ao nada,
não a demônios ou anjos,
pois descobri ser eu a razão de tudo o sentido desse lugar,
ele sou eu,
e que não ha existência sobre nada do que pensei,
pois antes dizia aqui não ter vida,
mas estou aqui e tenho vida e todo o lugar tem vida.

A luz está perto agora,
consigo alcança-la,
um ponto brilhante flutuando no ar,
uma visão de tudo que a na Terra,
no Universo, o Infinito que eu quis encontrar,
tocar, minha alma, meu espírito de luz
me fez caminhar no desconhecido,
nos meus medos, na loucura da vida,
nas diferenças de meu ser e existir,
da matéria e do espírito,
do conhecer que existe um grande criador,
de duvidas e de vidas...

Rodamos por anéis e galáxias,
universos paralelos, de uma criança que nasce,
a uma folha que troca o ciclo caindo para se tornar parte do todo,
dos Sols nascentes e poentes,
das cores e luzes das estações da vida,
do abraço ao beijo de uma vida e morte.

Criamos nosso próprio universo,
nossa trilha a ser caminhada,
sem as lembranças do passado,
apenas a história nos livro,
as guerras e conquistas,
das posses das terras dos homens livres,
da Roma dos Césares conquistadores de riquezas
à América dos índios guerreiros de honra e amores,
de sua verdade pela vida e o seu caminhar,
verdade que importa apenas àqueles que a carregam
por toda uma vida e esta após a outra.


Somos os frutos da mesma macieira entre tantas,
fluímos de uma mesma fonte de vários nomes,
chamam-no de Deus, Grande Criador, Luz, Wakan Tanka, Tupã,
e precisamos apenas nos inter-relacionar de uma forma harmônica,
como parentes originários de uma mesma origem,
seja ela o que for ou seu nome qual for,
temos que buscar as respostas de que nós somos,
acompanhando a Roda da Vida.
Do sopro da vida e da morte,
como o vento que vem e vai para todas as direções,
de sons e canções, da natureza do homem e da natureza da vida.

Estrelas distantes, sol, lua terra, universo,
vidas distantes de estrelas e cometas
que percorrem distancias indeslumbráveis
e inimagináveis aos nossos olhos e conhecimento,
o corcel de fogo que corta a barreira por onde quer que for,
por onde quer que passe conhece os enigmas do infinito.


Por que dizer que só ha vida aqui na Terra,
para onde vai nosso espírito,
quem nos julga pelo que fomos em vida,
que são eles e quem somos nós para dizer o que é certo ou errado,
são as leis escritas dos homens que nos julgaram,
as suas bíblias e religiões, dirão a verdade.

Verdade é o que carrega o guerreiro que tem o medo como seu aliado
e luta para sobreviver, para que sua história seja contada na roda sagrada,
nas estrelas que registram a vida uma apos a outra,
vivendo seus sonhos, voando com os olhos da águia do nascer ao por do Sol, correndo os campos como um lobo selvagem,
tendo como seu aliado o seu espírito de poder,
a vontade de vencer e sobreviver
em meio a selva, a natureza,
o perfume das ninfas e fadas,
o guerreiro conhece a trilha dos sonhos,
ele vive seu presente a Vida.

Luz que me acompanha nesta caminhada,
que em sonho me mostra o que nunca vi, ouvi, senti e percebi,
minha alma, minha vida, meus medos, meu amor por mim mesmo e pelo tudo todos que me acompanham nesta trilha solitária...

Uma viagem por entre meus sonhos,
uma poesia para a vida,
a eterna procura por resultados,
a busca dos valores, a esperança de uma nova conquista,
de superar os obstáculos que ficam a nossa volta,
a correção de si para a correção do mundo,
viver o sonho no limiar do sonhar, viver a vida e sonhar,
poder pisar e acordar para a vida continuar a trilhar nosso caminho por entre trilhas a serem desbravadas e conquistadas...



João Paulo Mesquita Rolim














Philo Sophia Sophia Philo - O Amor ao Saber é Saber Amar.


É.
Eu acredito.
Eu sinto.
Eu respiro.
Eu caminho.
Eu mudo.
Eu amo.
O mundo gira.
O mundo flutua.
O mundo vive.
O mundo existe.
O mundo cria.
O mundo morre.
O universo rodeia.
O universo canta.
O universo constrói.
O universo destrói.
O universo reluz.
O universo caminha.
O universo infinito.
O infinito da vida.
A vida em seu universo.
Eu em minha vida.
Eu em meu universo.
Eu em meu infinito.
Eu em minha fantasia.
Eu vivendo e aprendendo.
Eu trabalhando e construindo.
Eu escrevendo e lembrando.
Eu sonhando.
Eu sofrendo
e amando.
Eu acreditando,
esperando.
Sinto o tempo.
Sinto o vento.
Sinto a mente.
Sinto a verdade.
Sinto a mentira.
Sinto a terra.
Sinto as lágrimas.
Tenho esperança.
Tenho fé.
Tenho perseverança.
Tenho altruísmo.
Tenho vontade.
Tenho um coração.
E apenas um amor.
E apenas uma verdade.
E apenas uma vida.
E apenas sou eu.
Uma nova pessoa.
Uma nova vida.
Uma nova realidade.
Um novo conceito;
sobre o que é o amor;
sobre quem eu amo;
sobre quem eu sei quem sou.
Sou eu quem ama ao amor,
sou eu quem ama à você;
sou eu quem te procura;
sou eu quem te escreve;
sou eu quem sonha com você;
sou eu quem te compreende;
sou eu que hoje me respeito;
para respeitar você.
E dizer que te amo.
É isso...
é como me sinto,
é como eu vejo,
é meu carinho,
é minha compreensão,
é meu entendimento,
é meu calar,
é meu consentir,
é meu jeito,
é meu afeto,
é meu acreditar,
é meu desculpar,
é meu brincar,
é o meu chorar,
é o meu rir,
é meu amar,
é meu arrepender,
é e é tudo isso,
é e é muito mais...

João Paulo Mesquita Rolim.




Quem somos...?

Quem somos nos para julgarmos,
julgar a vontade de outras pessoas,
quem somos nos para mudarmos o mundo,
quem somos nos para entendermos,
quem somos nos...
somos parte de um nada...
somos parte de um todo universal...
somos parte de um milésimo do cosmo...
Quem somos nos para subjugarmos as vontades,
quem somos nos para chorar de alegria ou tristeza...
Que direito temos de tirar uma vida,
quando temos o dom de gerar vidas...
Quem somos para brigarmos ou guerrearmos,
quem somos nos para amar e odiar,
somos humanos,
somos humanos com qualidades e defeitos,
virtudes e vícios...
Somos o que somos,
somos indivíduos com livre arbítrio,
somos a imagem e semelhança do criador...
ao mesmo tempo não somos nada...!!!

João Paulo Mesquita Rolim