quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Roda dos sonhos...










Caminhando por entre trevas,
sombras e demônios internos,
mente sombria em pensamentos impuros,
noite eterna sem luz, lua ou estrelas,
fria e silenciosa, vazia sem vida.

A morte em vida, sem amores,
paixões, sentimentos ou prazeres.

Percorro a escuridão cegamente,
procuro o caminho para sair deste labirinto
sem paredes de areia ao chão,
onde sinto ao caminhar ao tocar areia fria e fina
que escorre por entre meus dedos,
pergunto-me por que estou aqui,
rumando sem direção, sem saber onde estou,
onde vou, o que procurar, se é realmente um sonho,
se existe realmente uma saída,
o que procuro e o que encontrarei em meio ao nada.


Nada é no que estou,
pois no momento não sei quem sou
e se realmente aqui estou e para onde vou,
caminhando e caminhando em meio ao nada,
o silencio é quebrado apenas por minha respiração,
meu coração, meu corpo vibrando, cansado, suado,
pulsando meu sangue, não tenho palavras, dor ou emoção,
perguntas que vem e vão, a cada nova passada em meio ao nada.

Apenas sei que aqui estou,
posso me tocar, sentir meu corpo,
mas o vejo e não há nada a minha volta,
apenas escuridão e vazio,
é como me sinto vazio,
sem esperança de sair,
sem respostas as minhas perguntas
e sem respostas para responder quem sou neste momento,
se realmente estou aqui e por que?


Não tenho fome ou sede,
não me canso e nem mesmo tenho sono,
não tenho vontade de parar para descansar,
não quero falar ou gritar,
não sei se estou em meio a um sonho ou pesadelo,
que direção tomar, norte ou sul, leste ou oeste,
apenas sei responder uma de minhas muitas perguntas,
em algum lugar sei que vou chegar,
pois a uma finalidade para aqui estar.


Abri meus olhos em momento de tantas perguntas infindáveis a este lugar,
houve uma mudança em meio a tantas passadas
não é mais a areia fina e fria em que pisava,
tudo mudou, agora é um lugar liso e molhado,
tão frio quanto antes passado e agora esquecido.


Adiante vejo uma luz,
distante, um ponto luminoso,
imagino o que é agora, uma vela, uma lanterna,
as respostas a tantas perguntas,
uma luz no final de todo esse nada,
pois agora já não é o nada,
é tudo é uma luz, é meu destino,
minha nova cruzada.

Estou em um mar sem causa ou motivo,
sendo guiado por um farol em alguma costa,
um mar sem fim, sem sentido,
sem praia ou porto, um mar sem ondas ou vida,
apenas eu ao longo de meu destino.

Neste momento não tenho um passado,
uma história, sou apenas eu no presente,
onde a poucos era o nada agora se tornou o tudo,
sei que não estou só, pois agora tenho um futuro,
uma companhia, a luz que procuro alcançar.


Não mais estou caminhando por entre trevas,
ao olhar para traz vejo minha sombra projetada no meio ao nada,
não a demônios ou anjos,
pois descobri ser eu a razão de tudo o sentido desse lugar,
ele sou eu,
e que não ha existência sobre nada do que pensei,
pois antes dizia aqui não ter vida,
mas estou aqui e tenho vida e todo o lugar tem vida.

A luz está perto agora,
consigo alcança-la,
um ponto brilhante flutuando no ar,
uma visão de tudo que a na Terra,
no Universo, o Infinito que eu quis encontrar,
tocar, minha alma, meu espírito de luz
me fez caminhar no desconhecido,
nos meus medos, na loucura da vida,
nas diferenças de meu ser e existir,
da matéria e do espírito,
do conhecer que existe um grande criador,
de duvidas e de vidas...

Rodamos por anéis e galáxias,
universos paralelos, de uma criança que nasce,
a uma folha que troca o ciclo caindo para se tornar parte do todo,
dos Sols nascentes e poentes,
das cores e luzes das estações da vida,
do abraço ao beijo de uma vida e morte.

Criamos nosso próprio universo,
nossa trilha a ser caminhada,
sem as lembranças do passado,
apenas a história nos livro,
as guerras e conquistas,
das posses das terras dos homens livres,
da Roma dos Césares conquistadores de riquezas
à América dos índios guerreiros de honra e amores,
de sua verdade pela vida e o seu caminhar,
verdade que importa apenas àqueles que a carregam
por toda uma vida e esta após a outra.


Somos os frutos da mesma macieira entre tantas,
fluímos de uma mesma fonte de vários nomes,
chamam-no de Deus, Grande Criador, Luz, Wakan Tanka, Tupã,
e precisamos apenas nos inter-relacionar de uma forma harmônica,
como parentes originários de uma mesma origem,
seja ela o que for ou seu nome qual for,
temos que buscar as respostas de que nós somos,
acompanhando a Roda da Vida.
Do sopro da vida e da morte,
como o vento que vem e vai para todas as direções,
de sons e canções, da natureza do homem e da natureza da vida.

Estrelas distantes, sol, lua terra, universo,
vidas distantes de estrelas e cometas
que percorrem distancias indeslumbráveis
e inimagináveis aos nossos olhos e conhecimento,
o corcel de fogo que corta a barreira por onde quer que for,
por onde quer que passe conhece os enigmas do infinito.


Por que dizer que só ha vida aqui na Terra,
para onde vai nosso espírito,
quem nos julga pelo que fomos em vida,
que são eles e quem somos nós para dizer o que é certo ou errado,
são as leis escritas dos homens que nos julgaram,
as suas bíblias e religiões, dirão a verdade.

Verdade é o que carrega o guerreiro que tem o medo como seu aliado
e luta para sobreviver, para que sua história seja contada na roda sagrada,
nas estrelas que registram a vida uma apos a outra,
vivendo seus sonhos, voando com os olhos da águia do nascer ao por do Sol, correndo os campos como um lobo selvagem,
tendo como seu aliado o seu espírito de poder,
a vontade de vencer e sobreviver
em meio a selva, a natureza,
o perfume das ninfas e fadas,
o guerreiro conhece a trilha dos sonhos,
ele vive seu presente a Vida.

Luz que me acompanha nesta caminhada,
que em sonho me mostra o que nunca vi, ouvi, senti e percebi,
minha alma, minha vida, meus medos, meu amor por mim mesmo e pelo tudo todos que me acompanham nesta trilha solitária...

Uma viagem por entre meus sonhos,
uma poesia para a vida,
a eterna procura por resultados,
a busca dos valores, a esperança de uma nova conquista,
de superar os obstáculos que ficam a nossa volta,
a correção de si para a correção do mundo,
viver o sonho no limiar do sonhar, viver a vida e sonhar,
poder pisar e acordar para a vida continuar a trilhar nosso caminho por entre trilhas a serem desbravadas e conquistadas...



João Paulo Mesquita Rolim

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